Duas ocorrências revelam o clima tenso que toma a Capital neste domingo, quando um jogo entre o Coritiba Futebol Clube e o Clube Atlético Paranaense pode definir quem vencerá a segunda fase do Campeonato Paranaense de Futebol. Os dois time se enfrentam na Vila Olímpica, estádio localizado na Zona Sul de Curitiba, no Boqueirão, às 15h30. O "Atletiba", como é conhecido esse clássico regional, marca a penúltima rodada da disputa. 900 policiais militares fazem a segurança da região, sendo que 450 estão espalhados ao redor do estádio. Eles isolam a área mais próxima (duas quadras), onde só pode entrar quem tiver o ingresso para o jogo.

Por volta das 14h, um torcedor do Atlético foi baleado dentro de um ônibus. Cerca de 50 atleticanos iam para o Boa Vista quando disparos efetuados de um automóvel atingiram um dos integrantes da torcida. Ele foi removido para o Hospital Cajuru em estado grave, mas não corre risco de morte, segundo a Polícia Militar. Relatos desencontrados dizem que os disparos foram feitos após troca de insultos entre facções rivais da torcida rubronegra, mas não estaria descartada hipótese que envolvesse "coxas-brancas" no confronto.

Em outro ponto da cidade, 120 torcedores do Atlético estavam concentrados na Praça Oswaldo Cruz, que fica no Centro da Capital, perto do antigo estádio do time (a "Arena da Baixada", em reforma para a Copa de 2014), quando passou um ônibus biarticulado com 150 torcedores do Coritiba. Alertada do perigo de o encontro se transformar numa guerra campal, a Políclia Militar deslocou para a área cinco viaturas e motocicletas. Utilizando munição não letal as torcidas foram separadas, com os atleticanos sendo escoltados até a Arena e os "coxas-brancas" mantidos dentro do ônibus, que seguia para o jogo.