Colocado contra a parede por um grupo de torcedores que prometeram tirar o Paraná do buraco se Rubens Bohlen renunciasse, o presidente do clube não aguentou a pressão e, nesta terça-feira (24), entregou sua carta de renúncia. Em entrevista coletiva em um hotel de Curitiba, o mandatário, que estava há três anos e meio no cargo, disse ter sido ameaçado.
"Ontem (segunda-feira), quando acompanhava o treinamento, fui surpreendido por um dos membros do Paranistas do Bem que fez diversas ameaças para mim. O que aconteceu foi muito grave", contou Bohlen, que classificou como injusta a pressão sobre ele.
Eleito em 2011, Bohlen foi obrigado a leiloar a sede do Tarumã, por R$ 30 milhões, para pagar parte das dívidas do Paraná. No ano passado, o clube chegou a receber o patrocínio da Caixa, mas o perdeu por conta dos débitos com a União. O atraso de salários quase gerou uma greve de jogadores.
Já no Campeonato Paranaense deste ano, o gerente de futebol Marcus Vinicius deu uma entrevista coletiva emocionada, na qual afirmou que o Paraná iria acabar ainda este ano. A declaração gerou uma reação de um grupo de torcedores, que se uniu e prometeu pagar os custos do futebol profissional até o fim do ano.
O grupo, denominado "Paranistas do Bem", colocou como condição para a renúncia de Bohlen, que garantiu que não "venderia" a presidência clube. "Queriam comprar minha cadeira por R$ 4 milhões", reclamou ele, no início do mês.
A gota d'água para a mudança de postura teria sido a ameaça feita na segunda por João Quitéria, ex-presidente da maior torcida organizada do Paraná e membro do Paranistas do Bem. O vice-presidente Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, assume a presidência até setembro, data da próxima eleição.