O fim da curta passagem de Enderson Moreira no Atlético-PR não foi bem digerida pelo treinador. Em nota oficial, o ex-comandante do Furacão dirigiu críticas à diretoria atleticana e utilizou seu desempenho nos oito jogos à frente da equipe como argumento para mostrar surpresa por sua demissão, anunciada na segunda-feira.
"Infelizmente, domingo à noite, fui surpreendido com a notícia da minha demissão - mesmo eu tendo dirigido o time somente em oito oportunidades e apesar de liderar o quadrangular de descenso, estando a apenas uma vitória de despertar matematicamente desse pesadelo".
O Atlético-PR somava três vitórias, três empates e duas derrotas com Enderson Moreira. No entanto, a forma dramática como o Atlético-PR eliminou o Remo na primeira fase da Copa do Brasil (nos pênaltis, diante de um adversário recheado de reservas), e o revés por 3 a 1 para o Rio Branco-PR foram suficientes para a demissão do treinador.
Enderson também demonstrou frustração por não conseguir trabalhar com os novos reforços da equipe para a temporada. Um dos nomes anunciados foi o do atacante Walter, com quem o técnico trabalhou no Goiás. "Lamento também pela proximidade da estreia dos novos contratados, perspectiva que seria fundamental para a reconciliação com o torcedor'.
Em seguida, o treinador afirmou que a cúpula do Furacão interrompeu seu trabalho. E questionou o planejamento do clube: "Não posso concordar com essa atitude que me impede de realmente começar um trabalho e colher os frutos em um período razoável de tempo. Salvo engano, sou o nono treinador do clube nos últimos três anos".
Enderson Moreira agradeceu aos torcedores do Atlético-PR, e disse que sua saída "foi reprovada por cerca de 75% dos torcedores". Os jogadores e funcionários do clube também receberam uma mensagem de agradecimento.
Com seu fim de ciclo no Furacão, Enderson chega à sua segunda demissão em pouco mais de um mês. Em 5 de março, o treinador havia sido mandado embora do Santos.