Wellington Moreira

A Era dos Teletrabalhadores

26 set 2011 às 15:36

Já pensou em iniciar o seu período normal de trabalho pouco tempo depois de ter acordado, não precisar passar pela penosa travessia das filas intermináveis de trânsito e, ao mesmo tempo, dispensar mais atenção à sua família?

Teletrabalho (telework), trabalho a distância ou telecommuting são termos utilizados para designar o exercício funcional daqueles que estão equipados com tecnologias de transmissão de dados, voz e imagem e, fazendo parte ou não do quadro de empregados de uma empresa, não precisam comparecer às instalações da mesma para desempenhar suas atividades.


Portanto, pode-se entender o teletrabalho como uma alternativa de atuação profissional oriunda principalmente das novas tecnologias de acesso à informação e comunicação que minimizaram a importância do local onde o trabalho é prestado, algo inimaginável para várias profissões até então. Pode-se afirmar, assim, que se trata da filosofia de levar o trabalho até as pessoas em vez do inverso.


Quanto aos benefícios desta modalidade de atuação, as organizações têm percebido que, em vários casos, se consegue um considerável ganho de produtividade a partir da rentabilização do tempo geralmente gasto em deslocamentos quando as pessoas se mantém trabalhando – mesmo que distantes de seus colegas de equipe –, além de oportunizar qualidade de vida aos funcionários decorrente da maior convivência familiar.


É claro que o teletrabalho não servirá para todas as ocupações existentes, nem tampouco será indicado às situações nas quais se requer o desempenho de atividades complexas, mas tornou-se nos últimos tempos uma alternativa viável para contextos organizacionais dos mais diversos.


Todavia, várias questões ainda preocupam a comunidade empresarial. Como garantir que as pessoas realmente estejam trabalhando se elas efetivamente permanecem o dia todo em suas residências? Como avaliar o desempenho dos colaboradores se não há convivência diária com os mesmos? Como possibilitar que se sintam integrantes do time ao desempenharem suas funções praticamente sós?


É por isto que tal modalidade de trabalho exige um plano adequado e muito bem estruturado por métodos, disciplina e uma boa gestão do tempo, tanto por parte da organização quanto do colaborador. Por exemplo, é imprescindível que o profissional, mesmo atuando em sua casa, vista-se como se fosse sair para trabalhar e que a companhia estabeleça indicadores de desempenho individual facilmente mensuráveis.


A conservação de rotinas, como o horário de início do expediente, intervalo para almoço e encerramento da jornada também são medidas relevantes. Caso contrário, as atividades particulares poderão ocupar o precioso tempo que deve ser dedicado ao trabalho ou vice-versa. Aliás, isto explica porque muita gente permanece com a sensação de que pouco produziu quando se encontra em teletrabalho.


Boas experiências demonstram ainda que um local privativo transformado em escritório particular faz toda a diferença. Algumas organizações não cuidaram deste aspecto e vários profissionais começaram a desenvolver suas atividades na sala de estar, na cozinha e até mesmo no quarto de dormir, ambientes totalmente desconectados com o ritmo necessário à alta performance desejada.


Quer seja encarado como moda, nova ordem empresarial ou apenas uma forma diferente de trabalhar, a verdade é que o teletrabalho se tornou uma realidade em várias instituições modificando de imediato a sua cultura e derrubando inúmeros paradigmas que pareciam ser intocáveis.


Por conseguinte, trata-se de um modelo desafiador e revolucionário. Desafiador para as empresas, que precisam reorientar sua relação com muitos dos colaboradores e revolucionário para os profissionais que percebem a reinvenção do seu trabalho.

O teletrabalho até pode não ter chegado à sua organização, mas esteja preparado porque, cedo ou tarde, suas escolhas poderão levá-lo a uma trajetória de carreira na qual você também atuará como um teletrabalhador.


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