O Brasil atravessa um período de grande ascensão econômica, política e social, realidade que altera o cenário de atuação dos profissionais brasileiros com uma série de desafios e novas oportunidades. Nesse contexto, a mulher moderna vem se destacando e hoje já ocupa cargos estratégicos em grandes empresas, como por exemplo, Dilma Rousseff (presidente da República) e Graça Foster (presidente da Petrobrás) que lideram milhares de pessoas com muita garra, competência e profissionalismo.
Nós mulheres, fizemos a lição de casa e hoje somos capazes de entregar competências técnicas, comportamentais e de assumir cargos anteriormente ocupados somente por homens, como na construção civil, no transporte, na agricultura, na administração e tantos outros ramos que atualmente trazem em seus quadros mulheres que geram muitos resultados.
Mas, como é possível equilibrar a vida profissional, tão importante para nossa realização pessoal, e ao mesmo tempo não deixar de lado nossas responsabilidades como mãe, esposa, filha, neta, avó e tantos outros cargos e títulos que recebemos ao longo da vida? Ficamos angustiadas por acreditar que não estamos desempenhando bem todos os papéis que deveríamos, mesmo com muitas ações e projetos concluídos sempre recebemos cobranças externas e, principalmente, internas que poderíamos ter feito melhor.
Para responder essas questões, gosto de inspirar-me nas dicas de um jornalista francês chamado Jean-Louis Servan-Schreiber, autor do livro "A Arte do Tempo". Ele afirma que as crises existenciais aparecem quando o que realmente desejamos não tem espaço no nosso tipo de vida. Portanto, por que não prestar a nossos sonhos o socorro de um pouquinho de astúcia?
O autor sugere que precisamos desenvolver a mestria para administrar bem esse precioso recurso que é o tempo. Por mestria ele entende como a capacidade de dominar um problema que até então nos dominava, graças ao conhecimento, ao treino e, sobretudo à confiança adquirida em nossa habilidade de encontrar soluções. O jornalista diz que inicialmente precisamos eliminar alguns obstáculos:
1 – Não nos conhecermos suficientemente;
2 – Não conhecemos o tempo suficientemente;
3 – Nós nos sobrecarregamos e nos deixamos sobrecarregar pelos outros;
4 – Não refletimos suficientemente sobre o emprego do nosso tempo.
Podemos dizer que é importante sermos atentas observadoras dos acontecimentos diários e tomar consciência das coisas que congestionam sem razão o nosso tempo: perfeccionismo, necessidade extrema de elogios, dificuldade em dizer "não", falta de habilidade para delegar, entre outros. Devemos pensar em todos os âmbitos da delegação, desde preparar o nosso sucessor na empresa onde atuamos até ensinar nossos filhos a colaborarem com alguns afazeres domésticos.
Outro fator é querer como uma heroína solitária resolver todos os problemas familiares, dos nossos pais, filhos, amigos e tantos outros que incluímos diariamente em nossa lista. Esquecemos que cada um precisa vivenciar suas experiências, que aprendemos e resolvemos aquilo que nos faz mal somente quando estamos maduros e prontos para mudar.
O autoconhecimento é outra poderosa ferramenta, pois direciona as reflexões sobre nossos projetos, que se expressam por objetivos, que por sua vez são classificados por prioridades. A decisão do que mais importa, em cada fase da vida, é que fará com que tenhamos equilíbrio para distribuir as tão valiosas horas do nosso dia. O melhor de tudo é ter a certeza que não precisamos escolher uma área em detrimento da outra, podemos ser cada dia mais completas equilibrando as necessidades e vivenciando com sabedoria cada papel, com um sorriso no rosto, com muita alegria e com cada vez mais tempo, ou melhor, mais vida.
"Um pouco mais de tempo: não é este o mais precioso, o mais bonito de todos os presentes que podemos nos dar?" Servan-Schreiber.
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