Liderança

Prepare mulheres para ocuparem posições estratégicas na sua empresa

18 nov 2016 às 10:45

Apesar das várias conquistas das mulheres no mercado de trabalho ao longo dos últimos anos, elas ainda estão muito atrás dos homens quando o assunto é sua representatividade nos cargos de liderança das companhias. Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgada em 2015, apontou que a presença delas na direção das empresas cresceu tão pouco nas últimas décadas que, no ritmo atual, levaria entre 100 e 200 anos para se alcançar a igualdade de gênero nos altos cargos de gestão.

Leia mais sobre o assunto Liderança no blog da Caput.


O levantamento, realizado em 1,2 mil empresas de 39 países, mostrou que em 30% das organizações não havia nenhuma mulher na direção e em 65% das companhias, as mulheres representavam menos de 30% de todos os diretores. No Brasil, elas ocupam entre 5% e 10% das principais cadeiras. A OIT considera, porém, que uma representatividade de 30% seria a mais próxima do ideal para que as opiniões das mulheres fossem levadas em conta na gestão das empresas.


O que algumas companhias ainda não perceberam é que muitas competências valorizadas na liderança são genuinamente femininas. A intuição é uma delas, requisito fundamental para a tomada de decisões. Elas também são mais cautelosas, flexíveis para lidar com mudanças, têm facilidade de assumir várias tarefas e responsabilidades de só uma vez, além de se preocuparem mais com o lado soft do negócio do que os homens. Ou seja, são mais sensíveis no trato com as pessoas e cuidadosas no sentido de manter um bom clima organizacional.


No entanto, geralmente as mulheres que ocupam posições de gestão acabam concentradas nos departamentos de recursos humanos, comunicação ou demais setores administrativos. Encontram barreiras quase que intransponíveis quando tentam se alçar a cargos estratégicos na área operacional de uma indústria, por exemplo. Também é mais difícil a inclusão delas em organizações formadas predominantemente por homens ou nas quais as políticas de gestão de pessoas ainda são precárias.


Companhias que não têm líderes mulheres precisam capacitá-las para ocupar posições de gestão, ainda que o mercado em que atuam seja dominado por homens. A diversidade de gênero no alto staff é importante não apenas como medida de justiça social, mas para o sucesso do negócio. Afinal, quando a estratégia é construída por pessoas que têm perspectivas diferentes e complementares, mais chances a empresa tem de dar os passos corretos em busca dos seus objetivos.


Separamos abaixo algumas dicas muito simples para que a sua empresa facilite o acesso delas ao topo da hierarquia organizacional se hoje apenas homens chegam lá:


– Formação. Inclua nos programas de desenvolvimento gerencial mulheres que demonstram alto potencial para a liderança e precisam apenas de oportunidades para provar seu valor. Se a geração de líderes mulheres não começar a ser formada agora, amanhã será difícil vê-las em posições estratégicas.


– Cautela. Tenha muito cuidado com o processo de promoção das primeiras líderes mulheres, especialmente se a sua companhia é dominada por homens. O sucesso delas é que vai inspirar e abrir portas para que outras também possam subir degraus na hierarquia da empresa.


– Dê poder. Lembre-se de que mulheres líderes só terão força e as opiniões levadas em conta se pelo menos uma delas puder ocupar a direção de áreas funcionais consideradas estratégicas para a companhia, como a comercial, operacional ou financeira.


– Cuide das competências interpessoais. Nas empresas excessivamente masculinas é fundamental trabalhar, durante o Programa de Formação de Lideranças, a preparação emocional das executivas para que consigam enfrentar as tentativas de manipulação tipicamente utilizadas por colegas que se sentem ameaçados com a ascensão delas na empresa.

Já parou para se perguntar quantas mulheres a sua empresa emprega em posições estratégicas? Faça as contas e avalie se elas estão bem representadas e igualmente valorizadas em relação aos homens.


Continue lendo