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Pipeline de liderança: de presidente nacional para continental

Equipe Caput
14 out 2016 às 09:20

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A quinta passagem da liderança é aquela em que o representante maior dos negócios de uma multinacional em determinado país – o presidente da Coca-Cola no Brasil, por exemplo – passa a responder pelas operações da empresa em um continente – agora será responsável pela atuação da companhia em toda América Latina. Tal posição existe, geralmente, em organizações que possuem representação em vários países e sinaliza a transição de gestor de negócios para gestor de grupos.

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Enquanto presidente local, esse executivo liderava os negócios da empresa no país inteiro, tinha grande poder de decisão quanto aos rumos da operação e era responsável por conduzir o trabalho de milhares de pessoas, em muitos casos. Ou seja, estava numa posição de clara evidência.

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Agora, no novo cargo, o papel dele será liderar e influenciar o grupo formado pelos gestores de negócios – ou seja, os presidentes nacionais dos países que fazem parte daquele continente pelo qual ele passa a ser responsável. Ele deve alocar recursos, elaborar estratégias de portfólio, desenvolver e avaliar esses gestores.

Para tanto, esse executivo terá que viajar durante boa parte do ano e trabalhar para que seus gestores de negócios apresentem resultados, mesmo que ele não possa estar com todos a maior parte do tempo.

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Tal função que, para alguns, pode parecer um tanto frustrante e apenas simbólica, pode representar um trampolim para a posição de CEO da organização. Mesmo que exista o sentimento de perda de visibilidade em muitos casos, o profissional assume sim maior força na hierarquia organizacional.

Desafios da passagem

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– Ao assumir a presidência da operação de uma multinacional em um continente, esse executivo precisará aprender a "ler" as oportunidades de mercado de toda a área territorial onde as empresas atuam.

– Outra missão é elaborar estratégias de portfólio e distribuir os recursos corporativos da matriz para cada filial. Para isso, terá que saber como fortalecer a região como um todo.

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– Precisará ser hábil para mostrar ao gestor de negócios de cada país o porquê de suas decisões mais críticas, caso contrário criará resistências de todo tipo. É uma posição que exige diplomacia.

– O executivo ainda terá que avaliar e desenvolver os gestores de negócios em cada país, ou seja, formar presidentes nacionais e, para isso, precisará ser um bom avaliador de pessoas.

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Pontos críticos da transição

– Uma grande dificuldade dessa posição é ele agir como gestor de negócios e não como gestor de grupos, afinal, ninguém o ensinou como desempenhar o novo papel. Ele terá que entender muito bem essa virada profissional, já que o cargo possui uma atuação muito mais ampla.

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– Um empecilho para esse executivo não ser bem-sucedido na transição é ele não entender do negócio o suficiente para tomar as decisões necessárias pensando no conjunto de países e suas respectivas realidades.

Resumindo…

Na posição de gestor de grupos, o executivo pode ter a sensação de perda de poder, porque acaba ficando um pouco isolado. Às vezes, pensa que foi rebaixado e não promovido, por isso é grande a chance de ele não apreciar o novo trabalho, que parece ter um menor impacto que o anterior. Afinal, no novo cargo é ele quem terá que procurar as pessoas, ao contrário do que ocorria antes. Mas é importante que o executivo entenda que, neste nível da liderança, ele passa a ser preparado para se tornar o CEO mundial da empresa.

E o que a sua empresa pode fazer para que a transição seja bem-sucedida?

– É importante que, antes de preparar esse executivo para a quinta passagem da liderança, as empresas o enviem a outros países com o objetivo de conhecer como funcionam os negócios da companhia em cada operação do continente.

– Também é interessante orientar que ele converse com outros gestores de grupo espalhados pelo mundo, principalmente no momento da transição. Essa troca de experiências pode ser fundamental para uma passagem menos traumática.

– A organização precisa deixar muito claro a esse executivo que ele pode sentir, no início, uma perda de poder, um esvaziamento na própria atuação como gestor, e precisará saber como lidar com isso.

– Conscientizá-lo de que a nova função exigirá uma excelente capacidade de articulação e de gestão de relacionamentos.

Muitas empresas enxergam essa posição como desnecessária por burocratizar ainda mais a estrutura organizacional. Só que a função pode render muitos benefícios, porque a atuação do gestor de grupos libera o tempo do CEO, possibilita a realização de um trabalho de coaching com os gestores de negócios de cada país e uma concentração maior de tempo e energia na melhoria do portfólio da empresa.


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