Flávio Moura

Buscando Soluções com Um Novo Olhar

25 abr 2012 às 10:10

É possível observar na natureza que os animais possuem diferentes ângulos e potencialidades de visão. Aqueles que dependem da caça geralmente possuem olhos na parte frontal de modo a não perderem o foco de suas presas, enquanto que nos demais está localizado na parte lateral, garantindo uma visão mais ampla do ambiente e dificultando ataques surpresas dos predadores.

Algumas espécies possuem visão noturna mais apurada, são mais sensíveis a luz e ao movimento e captam com maior facilidade algo que se move no escuro. Outros animais possuem uma visão com maior alcance, menor capacidade de foco, dificuldade em diferenciar as cores, visão bicromática - ao contrário dos humanos que é tricromática – e assim por diante.


Em nós, seres humanos, os pontos de visão estão posicionados na parte frontal da face, o que permite um campo de observação equivalente a um ângulo de 180 graus, enquanto que em algumas espécies de pássaros essa capacidade pode chegar a 360 graus, ou muito próximo disso, o que seguramente traz algumas vantagens nesse quesito.


Também encontramos em nosso meio indivíduos com dificuldades em enxergar aquilo que está distante, o que na ciência médica é denominada de miopia – distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes que chegue à retina. Normalmente essas pessoas conseguem visualizar com nitidez objetos próximos, mas ao se distanciarem a imagem fica desfocada.


Considerando o que foi mencionado acima, comecei a entender como alguns jogadores de futebol são capazes de perceber, mesmo que de costas, a aproximação do marcador e de realizar jogadas e/ou lançamentos em locais do campo onde a princípio julgamos não ter ninguém, mas que na seqüência do lance surge "do nada" um jogador que domina a bola concluindo com um belíssimo gol. Os entendidos em futebol denominam essa capacidade de "visão de jogo", ou seja, numa fração de segundos o jogador é capaz de perceber tudo o que está à sua volta e toma rapidamente a melhor decisão.


No ambiente organizacional se busca uma visão apurada do negócio, mas é comum não enxergar ou perder o foco. Alguns gestores têm dificuldade em visualizar além do que está à sua frente, o que dificulta ou impossibilita um planejamento eficaz e a correta tomada de decisão. Por outro lado, alguns profissionais melhoraram consideravelmente sua performance simplesmente porque saíram da zona de conforto e ampliaram seu campo de visão, passando a enxergar o que antes não era aparente, visualizando novas formas de ajustar o foco das metas e novas opções para agirem diante dos obstáculos.


Não estou propondo que um gestor tenha super poderes ou uma "visão além do alcance", mas que busque se desenvolver para enxergar o que a maioria não vê, pois quando não há uma visão clara da situação as incertezas se superdimensionam, o que eleva também os riscos. Mas como conseguir isso? Se através de um exame clínico é possível propor a utilização de lentes corretivas, as distorções nas empresas também podem ser corrigidas. Nesse sentido, sugiro que você profissional busque visualizar os problemas com um novo olhar, utilize novos métodos para resolver os problemas, ouça outras pessoas, trabalhe de forma participativa e claro, estude muito sobre o assunto.


Nos dias atuais, onde a velocidade é fator determinante na busca por oportunidades, as decisões e ações precisam ser inseridas em uma perspectiva mais realista, e para isso é necessário enxergar o todo, mas entendendo que ele é composto por partes. Perceber como essas partes estão relacionadas pode fazer a diferença nessa realidade cada vez mais dinâmica.


Ao aumentar seu raio de visão, o profissional aumenta também seus limites de atuação. Pense nisso!


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