Adam Smith (1723 – 1790), considerado como pai da Escola do Liberalismo Econômico, em seu livro A Riqueza das Nações, via o mercantilismo como um sistema econômico errôneo e odioso. Para ele, pela pesada intervenção do Estado na economia, os únicos indivíduos sociais que ganhavam com o essa doutrina eram os mercadores e manufatureiros. Também, fundamentava que o sistema mercantilista elevava em muito a taxa de lucro, sendo os favorecidos apenas os mercadores e mais ninguém.
Outro ponto criticado por Smith estava na questão de contenção do possível crescimento natural da economia, mesmo existindo intensa tributação sobre os indivíduos. Para Smith, o Estado não deveria intervir na vida econômica, uma vez que desviaria capitais que poderiam ser produtivos em outros setores mais necessários, como por exemplo, na segurança e justiça.
Em torno dessas discussões e propostas de Smith, estava sendo construída a Escola Liberal Econômica Original, base ideológica do Capitalismo Industrial e também, da burguesia nacional. Segundo o pensamento liberal, a economia deveria guiar-se por si mesma, norteando-se pela Lei da Livre Concorrência e pela Lei da Oferta e da Procura.
Smith defendeu a idéia de que uma ‘mão invisível’ naturalmente dirigia a economia, evitando suas crises. Também, criticou a Teoria da Moeda, articulado pelo mercantilismo, na qual a riqueza de uma nação era constituída pelo ouro e prata acumulados. Para ele, entretanto, é o trabalho social em geral e não o agrícola que constitui a verdadeira fonte de riquezas de uma nação.
Em torno desse contexto, quando a burguesia necessitou fundamentar seus interesses em torno de uma teoria, intensamente as idéias de Adam Smith foram aplicadas a favor do interesse capitalista industrial.
Mas, não podemos nos esquecer que a Crise de 1929, teve fortes ligações com esse conjunto de idéias liberais. Com o intenso financiamento feito pelos bancos particulares e seu não retorno desses empréstimos às instituições financeiras e como se praticavam o liberalismo, não foi possível o socorro às instituições financeiras. Daí, o Crack de 29, quando os bancos não mais tinham fundos para funcionamento e para arcar com suas dívidas em si.
*Beto Mansur é Advogado pela UEM – PR, Qualificação Empretec pela ONU/Sebrae; gestor do site www.livrariamansur.com.br; autor da obra Tomada de Decisão: Planejamento Estratégico e Financeiro; professor de Planejamento Estratégico do MBA da Universidade de Cascavel – PR; de Direito Empresarial do Instituto de Ensino Superior de Londrina; do MBA do Instituto Dimensão de Maringá - PR; colunista do site Mundo Corporativo - www.bonde.com.br/mundocorporativo de Londrina - PR; da Revista da Cidade, de Arapongas – PR; Especialista em Empreendedorismo pela Universidade Norte do PR; professor de Sociologia em Cursos Pré-vestibulares e palestrante de Empreendedorismo.