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Como as pessoas aprendem hoje em dia

23 set 2013 às 08:53

Quando você precisa de alguma informação, qual é o primeiro site de busca que lhe vem à cabeça? A resposta é praticamente óbvia, o Google. E o segundo? Vamos lá, não é tão difícil responder esta questão se você fizer o pequeno esforço de recordar como conduz boa parte de suas pesquisas. Sim, é o YouTube.

Não foi à toa que os fundadores do próprio Google desembolsaram a bagatela de US$ 1,65 bilhão pelo canal em 2006. Eles sabiam muito bem para onde a internet estava indo e naquela época já acompanhavam de perto o florescer de uma sociedade ocidental ainda mais ávida por consumir informação rápida.


As pessoas que nasceram entre as décadas de 1960 e o início dos anos 80 – a chamada Geração X – acostumaram-se a aprender e a buscar informação via texto, som e imagem, nesta ordem. Portanto, não é de admirar que muitas delas ainda tenham como principal fonte de consulta livros e tudo o mais que seja escrito e só recorram a outros meios esporadicamente.


Já os membros das Gerações Y e Z – respectivamente, com média de vinte e poucos anos e gozando a adolescência – aprendem em ordem inversa: imagem, som e texto. E é fácil identificar isto no cotidiano. Por exemplo, quando alguém deles necessita aprender a dar um nó na gravata, não imprime um tutorial de três páginas. Simplesmente acessa o YouTube e digita: "como dar nó em gravata passo a passo". Pronto! E em segundos tem diante de si quase 8 mil vídeos de abnegados que compartilharam seu conhecimento na web.


Mas não é somente para aprender a fazer nós de gravata, receitas e artesanato que canais como este servem. O baixo custo para produção de vídeos caseiros têm cumprido o importante papel de acelerar a democratização daquele tipo de conhecimento que até algum tempo atrás só podia ser acessado por pouquíssimas pessoas ou que você guardaria apenas para si até o fim da vida.


No tocante à educação, fico especialmente fascinado pelas novas possibilidades que se abrem dia após dia em decorrência da facilidade de acesso e ao custo cada vez mais baixo para se produzir um audiovisual. É o caso do Método Khan de ensino que surgiu acidentalmente, quando o professor Salman Khan postou um vídeo no YouTube em 2008 para ensinar matemática a uma prima que estava longe. Ela e outros internautas gostaram da maneira que ele transmitiu seu conhecimento e o que aconteceu?


Hoje o Khan Academy é um site com mais de 4000 vídeos repletos de conteúdos de ciência, biologia, física, química, astronomia e medicina – dentre outros campos do conhecimento humano – que já ajudou milhões de estudantes do planeta a tirar boas notas e a aprender de tudo com incrível simplicidade.


No Brasil, o instituto é representado desde o ano passado pela Fundação Lemman, do empresário Jorge Paulo Lemman, atualmente o homem mais rico do país e big boss de companhias globais do porte de AB-Inbev e Burger King. Ou seja, o projeto alcançou dimensão mundial em apenas cinco anos e muita gente tem contribuído financeiramente para mantê-lo de pé pois já representa o admirável mundo novo que veio para ficar.


Se você às vezes se sente incompreendido porque seus alunos não apreciam as aulas que ministra ou os funcionários fazem cara de desdém com o trabalho toda vez que anuncia algum tipo de mudança na empresa pode ser que esteja utilizando com eles um modelo ineficaz de interação. E só entre nós, a maior parte dos problemas organizacionais tem a ver os ruídos na comunicação interna.


Som e imagem assumiram tamanha relevância porque vivemos numa sociedade ávida por obter informação com rapidez e dificilmente isto mudará nos próximos anos. Contudo, também tenha em mente que só desenvolvemos a capacidade de resolver problemas complexos por meio da leitura e reflexão ou então nos contentaremos em acumular dados e informações que não saberemos aonde usar.


Vale aproveitar as maravilhas que a tecnologia nos proporciona no processo de aprendizado, mas é inegável que precisamos fazer uso das práticas que dão certo a milênios. Boas leituras pra você!


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