A resposta é sim. Mas antes que esta afirmação possa causar uma revolução em nossa dieta diária e a completa abolição deste importante nutriente, devemos fazer a seguinte pergunta: perder peso é igual a emagrecer? Agora, a resposta para esta pergunta é não.
Ao suprimir os carboidratos da dieta, restringimos nosso corpo de sua maior fonte de energia, que é o açúcar provindo dos carboidratos. Dietas sem carboidratos nos deixam fracos, deprimidos e irritados, uma vez que o açúcar também estimula a produção de serotonina no cérebro, substância esta que nos dá energia e prazer. Se você não for nenhum monge do ''auto-controle'', seu cérebro responderá com ataques compulsivos por doces ao longo do dia. O carboidrato também carrega consigo grande volume de água, fazendo com que parte do peso perdido seja meramente às custas de água. Mas o pior está por vir.
Alguns órgãos de nosso organismo, como o cérebro, o coração, os rins e a medula óssea, são exclusivamente dependentes de açúcar. A supressão deste nutriente acarreta destruição de nossas proteínas musculares, que são então transformadas em açúcar pelo fígado. Como o músculo e a água são mais pesados que a gordura (lembre-se da experiência de escola ao se misturar água e óleo, o óleo fica na fase superior por ser mais leve), a perda de peso é maior.
Aí devemos questionar: queremos perder peso rápido e ficar flácidos, fracos e deprimidos; ou perder peso lentamente, às custas de gordura, e nos tornar esbeltos, saudáveis e felizes? A resposta fica para cada de um nós responder.
(*) Luciano R. Giacaglia é endocrinologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo - Folha de Londrina