Tendência para alguns, resgate de um velho costume para outros, a boa e velha marmita voltou com tudo e está cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros. E, embora sua maior vantagem seja a economia, a opção não voltou para o cardápio somente em virtude do orçamento apertado. A onda fitness e maior preocupação com a qualidade da alimentação, levar comida caseira para o trabalho, faculdade ou academia tem sido uma alternativa para melhorar a saúde.
De acordo com o levantamento realizado pela Banca do Ramon, mesmo entre aqueles que possuem maior poder aquisitivo, a alimentação caseira é apontada como a escolha mais benéfica.
Mais que economia
Números do último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as refeições fora de casa representam mais de 25% dos gastos com alimentação. Logo, buscar formas de cortar gastos é essencial. Contudo apostar na alimentação caseira não tem sido exclusividade daqueles que desejam economizar. De acordo com a pesquisa "Do essencial ao Gourmet - O que os brasileiros pensam sobre alimentação saudável e produtos premium", mesmo entre aqueles que ganham acima de 5 salários mínimos, o hábito de fazer refeições no lar/levar marmita de casa não só é predominante como também é apontado como a escolha mais saudável por quase 40% dos entrevistados com renda familiar elevada. No geral, considerando todos os 1360 participantes, mais de 85% aponta esse tipo de refeição como a mais frequente e também como a melhor pedida.
Comida de verdade
De acordo com a pesquisa, os brasileiros não só priorizam o sabor na hora de escolher alimentos (60%) como consideram a alimentação caseira, do dia a dia, como a verdadeiramente saudável.
Outro aspecto relevante, de acordo com a consultora da Banca do Ramon, é que dessa forma o indivíduo pode se reaproximar da "comida de verdade", ou seja, diminuir o consumo de fast foods e alimentos altamente processados.
Marmita fitness
Pegando carona na preocupação com a saúde, as famigeradas marmitas fitness também têm contribuído para que esse hábito esteja mais forte do que nunca. Ao invés da lasanha que sobrou do domingo ou do tradicional arroz com feijão, só entram alimentos estratégicos: funcionais, termogênicos, detox, de baixo índice glicêmico, vegetarianos. Ficam de fora ingredientes gordurosos, alergênicos ou pouco tolerados (glúten, lactose, carboidratos e até mesmo algumas proteínas), tudo em nome da boa forma. E seu público alvo é grande – a pesquisa rastreou, inclusive, que quase 18% dos entrevistados consideram este tipo de alimentação a mais saudável.
Contudo, segundo a Dra. Tomandl embora a "marmita fitness" possa, de fato, ser uma aliada do plano de emagrecimento, é preciso ter cuidado antes de seguir esse estilo.
Segredo é o equilíbrio
"É a mesma regra do prato saudável: a refeição deve ser colorida e contar com todos os macronutrientes, ou seja, deve ser composta por carboidratos, proteínas, gorduras boas e fibras. Um bom exemplo é o clássico: arroz com feijão, uma porção de carne e uma saladinha – esse prato oferece praticamente todas as vitaminas e sais minerais que o corpo precisa."