O que antes pertencia à imaginação ou ficção está se tornando real: a comida do futuro. Muito mais consciente, a produção de alimentos atualmente leva em consideração o impacto causado no meio ambiente e sua capacidade de atravessar os anos sem acabar com os recursos naturais.
Cerca de 40% da terra do planeta é utilizada para a produtividade agrícola e a projeção para as próximas décadas do setor pecuário é de que será necessário pelo menos 70% a mais de espaço para atender a demanda da próxima geração.
A proteína animal é cara para ser produzida (além da crueldade animal no processo de abate) e será cada vez mais cara de se consumir. Diante disso, grandes companhias ao redor do mundo já se preparam para oferecer alternativas à carne.
Plant based
Graças à ciência e à criatividade, já é possível comer bem sem consumir industrializados ou processados, utilizando os alimentos à base de plantas. Além dos benefícios para a saúde e bolso, a mudança do comportamento contribui para reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa, evitar desperdício de água e até o desmatamento.
Restaurantes internacionais famosos oferecem opções de hambúrguer sem proteína animal. São feitos a partir de vegetais e grãos, ou seja, contém menos gordura e mais fibras, vitaminas e claro, proteína.
Este será um dos assuntos abordados no Open Food Innovation Summit, evento online sobre a comida do futuro, que acontecerá nos dias 14 e 15 de outubro.
"O alimento do futuro deve ser saudável para o corpo, sustentável para o planeta e saboroso para as pessoas. O futuro pertence às empresas e pessoas que entregarem esses três fatores em conjunto”, comenta Matheus Von Mühlen, um dos idealizadores do evento.
Sustentabilidade
Dos recursos utilizados na produção ao descarte, os processos começam a ser questionados para que mudanças aconteçam. Evitar o desperdício de alimentos em casa pode ser um passo inicial.
Adotar este estilo de vida significa repensar as compras do mercado. De acordo com estudo da National Geographic, seguindo uma dieta vegetariana, é possível consumir 60% menos água. É quase um milhão e meio de litros de água economizados do planeta.
"A preocupação com o meio ambiente vai provocar um padrão de consumo mais consciente”, pontua Rafael Zavala, representante da FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Saúde
Mais valores nutricionais, menos gorduras. Estamos fazendo bom uso da ciência para repensar vícios alimentares. A Universidade de Missouri, em parceria com a Beyond Meat, criou um "bife” a partir da lentilha, rico em proteínas, fibras, livre de colesterol e de hormônios utilizados em animais.
Outra descoberta importante foi o tomate roxo, que tem esta cor graças ao pigmento antioxidante antocianina. A fruta não transgênica foi desenvolvida para ter muito mais vitamina, além de ajudar a retardar o crescimento das células cancerígenas.