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Carneiro grelhado com sabor das arábias

31 dez 1969 às 21:33

Existem mais libaneses em outros países que no próprio Líbano, que permanece entre os imigrantes e descendentes na figura do cedro, símbolo da força e imortalidade. Sobre essas raízes se mantém uma tradição milenar gastronômica, que combina requinte e generosidade.

À sombra dessa tradição, o cordeiro tem lugar à mesa, a representação da própria família libanesa, que sempre está disposta a demostrar afetuosidade, que os Dakkache mantêm há 43 anos, no Kiberama Restaurante.


Quatro décadas de história do restaurante fundado por Michel Dakkache continua com os filhos e a esposa, Sarah, explicando toda a tradição que tempera não somente o carneiro grelhado, mas os mais de 20 pratos servidos, diariamente, no buffet (R$ 23,90, o quilo).


O restaurante começou como uma pequena lanchonete, mas o salão acabou ocupando o que era a casa da família. O antigo balcão e outros objetos da época de Michel ainda fazem parte da decoração. ''O Kiberama era como se fosse uma parte do corpo do meu pai'', lembra Pedro Dakkache, filho e um dos herdeiros da tradição gastronômica do imigrante.


Tão forte como o cedro do Líbano, o prazer pela arte da cozinha na família Dakkache encontrou uma maneira de conquistar ainda mais os brasileiros que, entre outros motivos, buscam a culinária árabe por ser considerada saudável.


Além do quibe cru, grão de bico ao gergelim, berinjela, tripa de carneiro, tabule, charuto de repolho ou uva, abobrinha recheada e esfirras abertas ou fechadas, a carne grelhada foi incluída no buffet por essa exigência do paladar brasileiro, que faz questão de um tipo de carne.


A escolha de um animal jovem garante o sabor do prato, que começa a ser preparado de um dia para o outro. Os pedaços de bisteca e costela são marinados numa vinha de alho, hortelã, sal e vinho branco.

A carne tenra incorpora os temperos, que se desprendem com o calor do fogo numa química entre sabor e aroma que não resiste ao trocadilho em ser considerada das arábias - uma tradução para o requinte e a generosidade da cozinha libanesa para um prato tão importante para essa culinária, como o cedro é do Líbano.


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