O maracujá é originário da América Tropical, com mais de 150 espécies nativas do Brasil. A planta possui valor ornamental, devido as suas belas flores. Seu uso principal, no entanto, está na alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores.
Na década de 70, a comercialização do produto baseava-se apenas no mercado "in natura". Nos anos 80, as indústrias extratoras de suco estimularam a expansão da cultura e o mercado do produto industrializado. Na década de 90, a cultura apresenta sua maior expansão em terras paulistas, já que tem sido a alternativa agrícola mais atraente para a pequena propriedade cafeeira. Sua cultura representa uma boa opção, pois o retorno do capital investido é rápido e permite ao produtor, dispor de um capital de giro durante quase o ano todo, variando esse período de acordo com o local de produção, podendo ser de doze meses no Estado do Pará, dez meses na Bahia, sete a nove meses em São Paulo e assim por diante.
De um modo geral, o produto é encontrado em abundância entre os meses de janeiro e maio, e tem oferta regular de setembro a novembro.
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Propriedades
Ao natural a fruta é rica em minerais como o cálcio, fósforo e ferro. Contém ainda vitaminas A e C e vitaminas do completo B.
Ao maracujá também são atribuídas propriedades medicinais depurativas, sedativas, adstringentes e anti-inflamatórias. Suas sementes atuam como vermífugos. Por essas características, está incluído na monografia da Farmacopéia Brasileira.
Acredita-se popularmente que o chá de suas folhas, além de atuar como calmante, é também um antitérmico eficaz e que ajuda no combate às inflamações cutâneas, mas essa ação não tem confirmação científica.
História
A primeira referência ao maracujá, no Brasil, foi em 1587 no Tratado Descritivo do Brasil como "erva que dá fruto". Porém, foi Nic Monardis quem, em 1569, descreveu a primeira espécie do gênero Passiflora (a P. incarnata L.), mas sob o nome de Granadilla. Essa planta, considerada extraordinária pela conformação de suas rubras flores, foi mandada de presente ao Papa Paulo V (1605-1621), que mandou cultivá-la com grande carinho em Roma e divulgar que ela representava uma revelação divina.
Paixão de Cristo
Os maracujás ou flores-da-paixão - seus frutos e suas flores - já eram muito conhecidos e utilizados na América antes da chegada dos primeiros europeus que, desde cedo, encantaram-se com a sua exuberância. A beleza de suas flores deixou muito impressionados os colonizadores portugueses que as relacionavam a paixão de Cristo. Por este motivo o nome do seu gênero botânico ficou sendo: passiflora: pasio (paixão) + flos, oris (flor).
Em seu afã religioso da conquista, os missionários estrangeiros viram nessas flores e frutos muito mais do que beleza e perfume. Os religiosos viram naquela formação complexa e admirável, um verdadeiro presente de Deus para iluminar seu trabalho de catequese, encontrando em suas formas e cores exóticas, a metáfora perfeita para explicar aos infiéis indígenas a "truculenta história da Paixão de Cristo".
Assim, em primeiro lugar, associaram-se às cores com que a natureza premiou as belas flores do maracujá, aos vermelhos e aos roxos utilizados nos rituais cristãos da Semana Santa. Além das cores, a coroa floral completamente filigrada, transformou-se na própria imagem da coroa de espinhos com que Cristo foi crucificado; os três estigmas da flor passaram a ser os três cravos que o prenderam na cruz; suas cinco anteras estariam representando as cinco chagas de Cristo; as gavinhas eram vistas como os açoites que o martirizaram; e o fruto redondo era a representação do mundo que o Cristo veio redimir. Desde então, as flores dos maracujazeiros começaram a ser chamadas de "as flores-da-paixão", da Paixão de Cristo.