A Williams lançou nesta terça-feira (15) seu novo visual para a temporada 2022 da Fórmula 1. Com a chegada de nova patrocinadora principal, a Duracell, o carro tem o azul-marinho como cor principal, e detalhes de vermelho e branco. De acordo com o chefe, Jost Capito, a opção é porque "o time tem orgulho de ser britânico."
Mas o que mais chama a atenção do ponto de vista dos brasileiros é a ausência do S em homenagem a Ayrton Senna, que estava presente no bico da Williams desde seu acidente fatal, a bordo de um carro da equipe, em 1994. Desde que Capito chegou, no começo do ano passado, foi discutida a presença da homenagem. O alemão acredita que tinha chegado a hora de olhar adiante, e acabou conseguindo convencer a equipe internamente de que, depois de mais de 25 anos, o S poderia deixar de estar no bico do carro. O slogan da apresentação, inclusive, foi "um novo começo".
Perguntado pela reportagem sobre a decisão, Capito disse que a escolha mostra uma nova fase da equipe. "Fizemos uma mudança no nosso museu criando toda uma área para homenagear Ayrton e celebrá-lo. E, no carro, chegou o momento de seguir em frente, assim, os pilotos não veem aquele adesivo toda vez que sobem no carro."
Capito disse que a equipe não consultou a família Senna a respeito da decisão, mas pretende estabelecer algum tipo de parceria com o Instituto Ayrton Senna. "Assim, mais pessoas vão se beneficiar disso, se trabalharmos com a fundação. Mas a maneira como isso será feito é algo que ainda tem de ser definido."
Em relação ao carro em si, o modelo era bastante semelhante ao carro conceito da Fórmula 1, adaptado às novas regras. Ou seja, assim como a Red Bull, teremos que esperar até os teste de pré-temporada, começando dia 23 de fevereiro, para ver
Pilotos
Uma das equipes mais vencedoras da história da Fórmula 1, a Williams começa 2022 ao mesmo tempo tendo vindo de um grande ano e tendo perdido sua maior estrela, George Russell, contratado pela Mercedes. O time de Grove terá ao lado de Nicholas Latifi, que faz sua terceira temporada na Fórmula 1, o tailandês Alex Albon.
Albon é um bom piloto, que inclusive brigou com Russell pelo título da F2 em 2018, e também é da mesma geração de Lando Norris. Apesar de correr pela Tailândia, país de sua mãe, ele nasceu na Inglaterra e foi criado no automobilismo britânico, e tem uma chance de reerguer a carreira depois de ser rebaixado na Red Bull, indo de titular em 2020 para piloto de testes e reserva ano passado.
Ele será companheiro de Nicholas Latifi, que fará sua terceira temporada pela Williams, ainda buscando seus primeiros pontos na F1.
Curiosamente, Albon permanece ligado à Red Bull, o que faz com que seu contrato tenha cláusulas que impedem que ele revele segredos à Williams, que é cliente da Mercedes. Mesmo assim, ele pode trazer um aporte importante para a equipe em relação a como o time está organizado.
Novo regulamento
Isso é valioso neste momento de reconstrução da Williams após a venda para o grupo de investimentos Dorilton Capital. Este, inclusive, será o primeiro grande projeto com a equipe de Capito no comando e a responsabilidade é grande: em um passado recente, o time teve problemas graves de produção de peças, tanto pela lentidão, quanto pela falta de precisão. E há rumores de que o processo deste carro também não foram dos mais tranquilos.
Mesmo com a evolução do último para o oitavo lugar entre 2020 e 2021, há muita gente insatisfeita com a maneira como a equipe tem sido gerida internamente pelos novos donos, e eles têm perdido funcionários. Isso porque o que funcionou ano passado foi a parte de execução nas corridas, e isso tem menos a ver com o chefe Jost Capito do que ele gosta de propagandear. Então a Williams é uma equipe com potencial de ebulição, na qual é bom ficar de olho em 2022.