Em 2019, o Golden State Warriors disputava sua quinta final consecutiva da NBA, com uma combinação de talentos que parecia imbatível. Aí, Kevin Durant rompeu um tendão de Aquiles. No jogo seguinte, Klay Thompson perdeu o ligamento cruzado anterior de um joelho. A dinastia se desfez em lesões.
Os infortúnios não acabaram naquela derrota para o Toronto Raptors, e o time que tinha cadeira cativa na decisão passou duas temporadas sem nem chegar aos mata-matas da liga norte-americana de basquete.
Agora, no entanto, conduzido por um rejuvenescido Stephen Curry, está entre os líderes do campeonato e se posiciona novamente como uma de suas grandes forças, na vice-liderança da Conferência Oeste.
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Nos próximos dias, terá dois compromissos importantes: à meia-noite desta sexta-feira (24), contra o Memphis Grizzlies, quarto colocado da conferência, e às 19h de sábado (25), na rodada de Natal diante do Phoenix Suns, que ocupa o topo do Oeste.
A volta à relevância não foi um caminho lento e natural de uma equipe que vai se restabelecendo após problemas físicos. Durant já não é um Warrior. Thompson, que teve ruptura de tendão de Aquiles quando estava perto de retornar, não entra em quadra desde o jogo 6 das finais de 2019. James Wiseman, o jovem que chegou para mudar a cara do elenco, está fora após cirurgia no joelho.
Ainda assim, os comandados de Steve Kerr têm 25 vitórias e seis derrotas até aqui na competição de 2021/22. De alguma maneira, eles se parecem mais com os times que levantaram a taça em 2015, 2017 e 2018 do que aqueles que não puderam participar dos playoffs em 2019 e 2020.
Há algumas razões para isso, porém é difícil não pôr o trabalho de Curry no topo da lista. Com média de 27,1 pontos, 5,4 rebotes e 6 assistências por confronto, o armador de 33 anos é o motor que conduz a equipe californiana de maneiras que nem sempre ficam claras nas tábuas de estatísticas.
Mas o craque, claro, também impressiona nos números. Na semana passada, ele se tornou o jogador com mais arremessos de três pontos convertidos na história da NBA. Atualmente com 2.986 tiros certeiros de longa distância, finalmente passou a falar o que já era considerado por todos uma verdade inapelável.
"Eu nunca quis me chamar de o melhor arremessador de todos até que chegasse a este recorde. Agora, eu fico confortável", disse o camisa 30, que deixou para trás a marca de Ray Allen (2.973). "Eu me orgulho de arremessar em uma boa percentagem e me orgulho de que isso nos ajude a ganhar jogos. Agora, posso me orgulhar de ter longevidade nesses números."
Curry já havia impressionado no campeonato passado, mas só o suficiente para levar os Warriors ao nono lugar da Conferência Oeste. Neste ano, com a ajuda de coadjuvantes como Andrew Wiggins e Jordan Poole, vai atuando com a confiança vista nos grandes momentos da dinastia do Golden State.
A continuidade ajuda. Kerr é o treinador do time desde 2014. O excelente passador e defensor Draymond Green, hoje com 31 anos, é parceiro de Steph desde que entrou na NBA, em 2012. Andre Iguodala, 37, voltou após duas temporadas distante e ajuda a estabelecer o tom de uma equipe que volta a ser temida.
No mês passado, ainda era discutido se o bom retrospecto era resultado de uma tabela relativamente fácil. Aí o Golden State foi a Nova York enfrentar o Brooklyn Nets, favorito ao título nas casas de aposta. Encarou o velho conhecido Durant, neutralizou James Harden e venceu facilmente, por 117 a 99, com 37 pontos de Curry.
"É divertido estar sob os holofotes de novo. Nosso time está aproveitando estar aqui de novo", afirmou Kerr, observando que seu armador ouviu naquela noite gritos de "MVP", o melhor, mesmo jogando fora de casa. "O público fica energizado quando ele começa a arremessar de longe. Nosso time é bom de novo, e isso dá mais valor ao que o Steph faz toda noite, o público aprecia."
A temporada é longa, e a história já mostrou aos Warriors que um pisão em falso pode ser fatal. Por isso, o sucesso na parte inicial da competição vem sendo tratado com cautela. Embora se divirtam com a reação das arquibancadas e com os triunfos que têm enfileirado, os atletas procuram conter a empolgação.
"O treinador está sempre falando sobre os passos que devemos dar para ser uma equipe com nível campeão. Em alguns momentos, ainda fazemos faltas bobas, desperdiçamos bolas, perdemos a concentração ofensivamente. Temos que ter um padrão alto e nos cobrar, por mais que estejamos entusiasmados sobre ter os Warriors de volta", disse Curry.
Um dos próximos passos será integrar Klay Thompson e James Wiseman, em fase final na recuperação de suas lesões. Wiseman, 20, pode ser uma peça importante no garrafão. Mas a grande expectativa está mesmo na volta de Thompson, 31, ótimo defensor e ótimo arremessador até a sequência de problemas físicos que o afastou das quadras.