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Wada condena vazamento de testes antidoping e nega ser fonte de dados de denúncia

05 ago 2015 às 17:10

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) veio a público nesta quarta-feira para condenar o vazamentos dos dados que fundamentam o documentário divulgado pelo canal alemão ARD no fim de semana. A entidade negou ser a fonte das informações que servem de base para a denúncia de que a IAAF (Associação das Federações Internacionais de Atletismo) teria encoberto centenas de resultados positivos em testes antidoping.

"A Wada condena o vazamento de informações confidenciais dos atletas e quer garantir aos esportistas que podem ter total confiança na proteção dos seus dados, no sistema ADAMS", declarou o diretor-geral da entidade, David Howman. O sistema é a base da Wada para armazenar e acompanhar resultados de testes antidoping em todo o mundo.


O dirigente assegurou que nenhum dado do documentário foi tirado da sua grande base de dados. "A Wada pode garantir que nenhuma informação foi vazada do seu banco de dados e podemos confirmar também que o formato dos dados reportados não são consistentes com as informações contidas na plataforma ADAMS."


Para reforçar seu argumento, Howman lembrou que o Passaporte Biológico, importante ferramenta que a Wada usa para acompanhar os atletas, só foi adotado em 2009, enquanto os dados divulgados pelo documentário, e pelo jornal The Sunday Times, tratam do período entre 2001 e 2012. Por fim, o dirigente destacou que resultados atípicos em testes de sangue não indicam necessariamente doping.


Na denúncia do canal ARD e do jornal britânico, a IAAF é acusada de encobrir centenas de casos de doping em eventos como Mundial e Jogos Olímpicos, disputados entre os anos de 2001 e 2012. A IAAF nega veementemente as acusações.


Os dois veículos de comunicação tiveram acesso ao resultado de 12 mil testes de sangue de 5 mil atletas ao longo de uma década. As informações foram tiradas do banco de dados da própria IAAF e vazadas por uma fonte não identificada.


Os documentos levantam suspeitas sobre um terço das medalhas conquistadas em provas de resistência em Mundiais e Jogos Olímpicos disputados em uma década. De acordo com a análise, 800 atletas, competindo dos 800 metros à maratona, registraram testes de sangue com resultados suspeitos ou abaixo dos padrões da Wada.

O documentário 'Doping Ultrassecreto: O Sombrio Mundo do Atletismo', produzido pelo canal ARD, mostra ainda que 146 medalhas de Mundiais e Jogos Olímpicos, sendo 55 de ouro, foram conquistadas por atletas que apresentaram estes resultados suspeitos nos testes. Nenhum deles perdeu as medalhas em eventuais provas antidoping.


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