A União Ciclística Internacional (UCI) anunciou nesta terça-feira que nenhum participante da última edição da Volta da França testou positivo para doping. A entidade fez a confirmação depois de completar as análises de 622 amostras coletadas entre os ciclistas que participaram neste ano da mais tradicional prova da modalidade, realizada entre 29 de junho e 21 de julho.
Diretora do departamento antidoping da UCI, Francesca Rossi disse que o programa incluiu a análise de 113 amostras de urina testadas para verificação da presença de EPO (o hormônio eritropoietina) e 15 para esteroides, além de 22 amostras de sangue testadas para substâncias parecidas com EPO e 18 para detectar o possível uso do hormônio de crescimento humano.
Francesca afirmou, em uma entrevista coletiva, que a UCI "não tem nenhuma conclusão desfavorável" relacionada ao uso de doping na Volta da França.
Os testes antidoping incluíram 203 amostras coletadas junto aos ciclistas em sua fase de treinamento e 419 durante as três semanas de disputa da Volta da França, cuja última edição teve o britânico Chris Froome como grande vencedor.
Um total de 443 amostras de sangue e outras 179 de urina foram colhidas junto aos competidores do grande evento, que no ano passado contou com um total de 566 testes antidoping. Um deles, na ocasião, apontou que o ciclista luxemburguês Frank Schleck fez uso de um diurético proibido.
A UCI anunciou a inexistência de casos de doping desta edição da Volta da França depois de o norte-americano Lance Armstrong ter afirmado, no fim de junho, que seria "impossível" ganhar esta prova sem o auxílio de substâncias proibidas. Banido do esporte e com seus sete títulos da Volta da França cassados após ter confessado o uso de doping ao longo de sua carreira, o ex-ciclista fez a afirmação polêmica em entrevista ao jornal francês Le Monde.
"É impossível ganhar a Volta da França sem se dopar porque é uma prova de resistência na qual o oxigênio é a chave", disse Armstrong ao diário francês, para o qual disse que concordava com a anulação dos seus títulos da Volta da França, mas enfatizou: "Eu não inventei o doping, simplesmente participei do sistema (ilegal)".