Quando se pensa em ativismo na Fórmula 1, o piloto Lewis Hamilton vem logo à mente e não é por acaso: desde que se tornou vegano, em 2017, ele vem chamando a atenção para questões ambientais e, no ano passado, focou mais fortemente na questão da promoção da diversidade no esporte, na luta contra o racismo e a favor da garantia dos direitos humanos.
Mas há outro piloto do grid que vem se informando cada vez mais e mudando sua vida em prol de uma causa importante: trata-se de Sebastian Vettel, que já foi citado algumas vezes pelo próprio Hamilton como alguém que se dispôs a ouvi-lo e aprender mais sobre racismo. Agora o alemão vem se engajando mais fortemente na questão do meio ambiente.
Antes da temporada da Fórmula 1 começar, uma notícia que chamou a atenção foi a "limpa" que Vettel fez em sua garagem cheia de carrões. Ele vendeu oito carros de sua coleção, sendo cinco deles Ferraris. Embora o alemão diga que a questão ambiental tenha sido apenas "parte do motivo" para isso, repensar a necessidade de ter tantos carros é uma das medidas que o tetracampeão vem tomando.
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"Acredito que podemos continuar fazendo o que amamos", disse, referindo-se ao automobilismo. "Mas podemos fazer isso de uma maneira melhor, fazendo o que amamos de um jeito um pouco diferente. Então já há algum tempo estou repensando minhas viagens, se preciso pegar um avião o tempo todo, evitando ao máximo consumir embalagens plásticas, troquei o sistema de aquecimento da minha casa para energia solar, verifico de onde os alimentos vêm para evitar comer algo que foi transportado de muito longe. Não faço nada disso porque está na moda, porque é bacana fazer isso hoje em dia. Faço simplesmente porque é necessário."
De fato, pelo menos há dois anos, Vettel, que mora na Suíça, vai de trem para corridas mais próximas, como o GP da Itália, por exemplo. Ele ainda questiona constantemente o uso de plástico entre os jornalistas, tendo várias vezes recolhido as garrafas deixadas no chão na área de entrevistas. Inclusive sacos de lixo para reciclagem foram instalados no paddock por pressão dele.
Neste ano, Vettel iniciou uma parceria com uma das patrocinadoras da sua nova equipe, a Aston Martin, que o fez mudar as cores e parte do desenho de seu capacete. A BWT é uma empresa austríaca do ramo de filtros de água que tem trabalhado também para diminuir o uso de embalagens plásticas e para que todas as pessoas ao redor do mundo tenham acesso a água de qualidade.
Além de ter as cores da BWT, o capacete de Vettel tem os dizeres "mudar o mundo de gole em gole". Ano passado, a empresa abriu um poço de água potável em Gâmbia, na África, a cada vez que um dos pilotos da equipe, que se chamava então Racing Point, pontuava.
"Acho que a Fórmula 1 está se esforçando muito para acabar com o plástico no paddock. Estou fazendo o meu melhor nos últimos anos, e a BWT está oferecendo vários tipos de soluções, acho que todos temos de buscar isso. O principal é que as pessoas vejam que isso está acontecendo. Pintar o capacete é algo pequeno, mas que atinge muitas pessoas", disse o piloto.
Essa "guinada" ativista de Vettel não surpreende, já que ele apoiou Hamilton várias vezes, especialmente no ano passado. Juntamente com Daniel Ricciardo, Vettel foi um dos primeiros a apoiar publicamente o movimento Black Lives Matter e cobrou, como presidente da associação dos pilotos, que os protestos antirracistas fossem mais bem organizados antes das corridas.