As vitórias seguidas de Max Verstappen nos Estados Unidos, pista que costumava ser reduto Mercedes, e México deram a entender que o Mundial de pilotos da Fórmula 1 estava decidido a favor do holandês. Mas uma cartada do time de Lewis Hamilton no GP de São Paulo voltou a equilibrar o jogo, com três provas para o final.
Após trocar seu motor a combustão, o inglês apareceu voando em Interlagos e superou uma desclassificação na tomada de tempos e a própria punição pela troca de motor para vencer a etapa brasileira. Agora, Hamilton está a 14 pontos de Verstappen no campeonato.
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São 78 pontos ainda em jogo nas três etapas finais, e as reviravoltas que vêm marcando este campeonato fazem com que seja difícil prever o desfecho dessa disputa. As questões que ficaram para a Red Bull após Interlagos foram como a Mercedes conseguiu melhorar tanto e o que eles podem fazer para responder.
Dois fatores diferentes explicam o que aconteceu em Interlagos. Por um lado, é sabido que o motor Mercedes tende a sofrer muito mais com o uso do que o Honda, usado pela Red Bull. Então, embora o Mercedes novo seja mais potente, ele passa a ser superado pelo Honda ao longo de sua vida útil. É por isso que Verstappen, mesmo sendo ultrapassado por Hamilton no domingo (14), não acredita que trocar seu motor seria decisivo para o campeonato.
Ele o trocou pela última vez na Rússia, há seis corridas. De lá para cá, Hamilton contou com motores novos em duas oportunidades. "A performance do motor Honda é muito linear, enquanto o motor deles parece gerar muita performance quando é novo. Mas eu espero que essa vantagem se desgaste muito rapidamente", disse o holandês.
A teoria de Verstappen é coberta pelo que foi visto nas últimas etapas: Hamilton trocou o motor a combustão na Turquia, há cinco corridas, e fez isso novamente no Brasil, corroborando a noção de que essa potência extra, especialmente com a Mercedes usando mapeamentos mais agressivos, tende a se dissipar.
Mas isso não justifica toda a velocidade de Hamilton em Interlagos, quando, em um final de semana histórico, o piloto ultrapassou 24 carros ao longo do final de semana, disputado em formato de sprint, ou seja, com uma minicorrida no sábado (13), na qual ele foi de 20º a 5º, e um GP normal no dia seguinte, em que ele largou em décimo pela troca de motor e venceu.
O comportamento do carro da Red Bull mostrou mais uma vez seu ponto fraco, com os pilotos tendo dificuldade em lidar com a dianteira, escorregando os pneus e desgastando-os mais do que os pilotos da Mercedes.
Isso tem a ver não só com as características da pista, mas com as temperaturas também. Até aqui na temporada, a Red Bull se deu melhor que a Mercedes quando o asfalto estava mais quente, mas isso não será regra nas etapas finais do campeonato: as três últimas corridas serão disputados ao entardecer, em locais nos quais a temperatura cai bastante ao longo da tarde.
Para piorar, para ambas as equipes, as duas próximas corridas serão em terrenos desconhecidos: a etapa deste final de semana, no Catar, será em uma pista que nunca foi usada pela F-1, e a seguinte, na Arábia Saudita, será totalmente nova. É o cenário perfeito para o campeonato das reviravoltas continuar a surpreender.