Outras modalidades

Revezamento ganha Bolsa Pódio, mas Vanda fica sem

28 out 2013 às 14:13

O ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciaram nesta segunda-feira, em São Paulo, a lista final com 19 atletas da modalidade contemplados com a Bolsa Pódio. A principal novidade foi a inclusão das atletas do revezamento 4x100m feminino, que foi desclassificado da final da prova no Mundial de Moscou. Só Vanda Gomes, tida como responsável pela queda do bastão, que ficou de fora.

Vanda, logo após a prova, falando ao vivo para a TV, reclamou que a equipe treinou pouco e que, por 40 dias, alimentou-se e dormiu mal. As declarações deflagram uma crise, a ponto de a CBAt decidir denunciá-la ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), pedindo que fosse suspensa. Suas companheiras em nenhum momento saíram em defesa de Vanda.


Para não dar a Vanda a Bolsa Pódio, a CBAt alegou que ela não correu a semifinal, que acabou servindo como critério para conceder a bolsa, uma vez que o Brasil não completou a final. Titular da equipe, Rosângela Santos correu a prova que colocou o Brasil na final, já sabendo que não teria condições físicas de participar de mais uma prova.


Em agosto, a CBAt divulgou no seu site oficial uma lista com os 18 atletas que a entidade havia submetido ao ministério do Esporte, ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à Caixa (sua patrocinadora estatal). Na relação, 15 atletas que cumpriam a condição de estar entre os 20 melhores do ranking mundial de suas provas, mais Hugo Balduíno, Pedro Burmann e Wagner Cardoso, integrantes do revezamento 4x400m que terminou em oitavo no Mundial.


Na época, a CBAt justificou deixar Evelyn dos Santos, Vanda Gomes e Rosângela Santos, do revezamento feminino, fora da lista, porque como a equipe foi desclassificada, não teve uma posição final e, por isso, não cumpriu o critério de terminar entre os oito melhores revezamentos do Mundial. Ana Cláudia Lemos e Franciela Krasucki já seriam contempladas pelos seus resultados no ranking individual dos 100m.


A interpretação da CBAt, na época, foi contestada pelo Ministério do Esporte. "Vimos a reportagem (da Agência Estado) e ligamos para a CBAt. Eles disseram que mantinham o entendimento que tínhamos antes. Se chegou até a final, ficou entre as oito melhores", disse, em 29 de agosto, o secretário de alto rendimento do ministério do Esporte, Ricardo Leyser.


No mesmo dia, o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, afirmou que a entidade não havia mudado de ideia. O que houve, segundo ele, foi a divulgação inicial de uma lista preliminar de nomes, baseada nos resultados do Mundial de Moscou, que teria sido complementada posteriormente. O dirigente alegou que uma relação, mais atualizada, foi enviada para o ministério do Esporte e mantida em sigilo a pedido da pasta.


A novela aparentemente chega ao fim nesta segunda-feira com um final ruim apenas para Vanda. A CBAt considera que, como o resultado que deixou o Brasil entre os melhores foi na semifinal e ela não competiu nesta prova, a velocista não merece a bolsa.


Entre a lista sugerida pela CBAt e a relação final, divulgada nesta segunda-feira, mais uma modificação. Na ocasião, a entidade divulgou que Jefferson Sabino era o 20.º do ranking mundial do salto triplo, ficando dentro do critério estabelecido pelo governo para conceder a Bolsa Pódio. Na verdade, naquela data ele era o 21.º da lista - atualmente aparece no 22.º lugar.


Assim, foram contemplados: Bruno Lins (200m), Anderson Henriques (400m), Mahau Suguimati, (400m com barreiras), Thiago Braz, Augusto Dutra, Fábio Gomes (salto com vara), Mauro Vinícius ("Duda", no salto em distância), Ronald Julião (lançamento do disco), Carlos Chinin (decatlo), Ana Cláudia Lemos, Franciela Krasucki (100m), Fabiana Murer (salto com vara), Keila Costa (salto triplo), Jucilene Sales de Lima (lançamento do dardo), Hugo Balduíno, Pedro Burmann, Wagner Cardoso (revezamento 4x400m), Evelyn dos Santos e Rosângela Santos (revezamento 4x100m).

O Plano Brasil Medalhas, anunciado em setembro do ano passado, pretende gastar R$ 1 bilhão durante o ciclo olímpico para investir nos atletas com chance de pódio nos Jogos do Rio. Além de bolsa de R$ 15 mil, com validade de um ano, os atletas também têm direito a R$ 20 mil para compra de equipamentos e participação em competições e treinamentos. Ainda ganham uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais como preparador físico e nutricionista, com salários individuais de até R$ 5 mil pagos pelo governo.


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