Os 50m borboleta é uma prova peculiar na natação. Costuma premiar não quem é especialista no nado borboleta, mas quem é rápido - não à toa, os últimos três campeões mundiais também foram campeões olímpicos dos 50 metros. Os que vêm dos 100m borboleta têm menos espaço. Nicholas Santos, medalhista de prata no Mundial de Kazan (Rússia), nesta segunda-feira, é diferente dos demais.
Veio dos 50m livre, prova em que predominou até o surgimento de Cesar Cielo, mas há alguns anos tem os 50m borboleta como principal prova. O problema é que esta disputa não é olímpica. Para não ficar fora dos Jogos do Rio, Nicholas tenta cavar seu espaço nos 100m borboleta.
"É uma prova em que eu nunca nadei. Já fiz 52s8. Se eu fizer 52s 'baixo' (baixo de 52s50)acho que já dá para disputar vaga na Olimpíada. Tanto que toda a base de trabalho que fiz pra cá (Kazan) foi para os 100m (borboleta). Comecei nos 50m (livre). Veio o Cesar e começou a nadar bem, veio o Bruno e aí eu fui para outra prova, os 100m (livre), e agora meu objetivo é os 100m borboleta, que estou achando muito mais fácil nadar", comentou Nicholas após a medalha em Kazan.
O veterano de 35 anos acredita que, nos 100m borboleta, pode ajudar o Brasil a brigar pelo pódio no 4x100m medley. Afinal, nessa especialidade o melhor brasileiro é só o 31.º do ranking mundial.
"Acho que a prova principal que precisa melhorar pro revezamento 4x100m medley ser realmente competitivo é o borboleta. Sem dúvida nenhuma temos que nadar para 51 segundos. As outras provas (peito, costas e crawl) são boas. Gostaria muito que o Cesar (Cielo) voltasse a nadar os 100m para motivar o grupo. Ele é um cara que todo mundo sabe que precisa dele no revezamento pois ele vai para cima", disse Nicholas.