O nível do polo aquático brasileiro não é dos mais altos. Para não fazer feio na Taça Brasil, principal campeonato da modalidade no País, que termina neste domingo (12) no Clube Paineiras, em São Paulo, alguns times fazem até vaquinha para trazer um jogador estrangeiro e melhorar a equipe.
É o caso do clube A Hebraica. Os jogadores admitem que o time não disputa o título. Então, os próprios atletas juntaram dinheiro para financiar o reforço do espanhol Dani Ballart, campeão olímpico em Atlanta/1996.
O renomado espanhol disputa o campeonato numa semana e na outra dá clínicas para os jovens jogadores de polo do clube.
"Já tenho 30 anos, trabalho em outra coisa, o polo deixou de ser minha prioridade faz tempo", diz Guilherme Glezer, atleta do clube. "O Dani não vai nos ajudar a vencer ninguém. Mas, se podemos ajudar os moleques de 14, 15 anos, a gente junta um dinheiro para isso."
Os reforços não cobram salário para jogar. Despesas com passagens, hospedagem e alimentação são pagas pelos clubes do jeito que eles conseguem. "Para nós vale pela experiência", afirma Ballart, 38 anos. Protagonista em três edições dos Jogos Olímpicos, o atleta não tem um diagnóstico positivo do esporte no Brasil. "Todo mundo quer saber como está o país que vai receber a Olimpíada de 2016", explica. "Mas a gente chega aqui e vê que falta muita organização."
O espanhol acredita que a tão difundida "falta de estrutura" é só uma desculpa no País, já que os clubes são bem aparelhados. "Falta dinheiro e organização. Os jogadores precisam se profissionalizar (os brasileiros não vivem só de polo aquático)." Na Espanha, um jogador de polo ganha cerca de R$ 120 mil por ano.