Francisco Luiz Viana
O fim de semana do GP São Paulo de F1 deste ano teve uma série de homenagens a Ayrton Senna, no ano em que a morte do tricampeão mundial de F1 completou três décadas. Nem o clima chuvoso ao longo dos três dias de atividades na pista impediu a celebração ao ídolo brasileiro.
O alemão Sebastian Vettel deu início aos tributos na quinta-feira (31). O piloto trouxe uma réplica gigante do capacete de Senna, feita com materiais reciclados por catadores nas ruas da capital, nas cores da bandeira brasileira. Acima do visor, havia a inscrição: "Senna Forever" (em português, "Senna Sempre").
Produzido pelos artistas Matthias Garff e Thiago Mundano, o capacete foi trazido ao autódromo de Interlagos e posicionado entre as curvas do S do Senna. "Mantenham o legado vivo", escreveu em suas redes sociais.
O objeto foi visitado por quase todo o grid da F1 e por alguns pilotos da F2, como Gabriel Bortoleto, Kimi Antonelli e Jack Doohan. Na sequência, foi posicionado próximo à arquibancada A, onde fica o busto de Senna.
Na sexta-feira (1), aconteceu a inauguração da revitalização do mural de Ayrton Senna, com 27 metros de altura e 10 de largura, de Eduardo Kobra, localizado após entrada a pelo portão 7.
O momento mais esperado, porém, ocorreu neste domingo (3), quando a McLaren MP4/5B, que Senna usou na conquista do bicampeonato mundial em 1990, foi à pista sendo pilotada pelo inglês Lewis Hamilton, fã declarado do brasileiro.
A homenagem estava prevista para sábado, mas foi remarcada devido às chuvas que também provocou o adiamento da classificação da corrida.
Por volta das 10h da manhã, os telões do autódromo já mostravam imagens de Lewis Hamilton com um macacão branco e um capacete verde e amarelo.
Nas arquibancadas, o tradicional grito "olê, olê, olê, olá, Senna! Senna!" era ecoado pela torcida. A McLaren entrou na pista exatamente pela curva S, em referência a Senna. A plateia aplaudiu a homenagem em pé.
Enquanto Hamilton pilotava o carro, narrações relembravam momentos históricos de suas provas em Interlagos. "Bandeiras agitadas. São as últimas curvas para Ayrton Senna".
A canção "Tema da Vitória", composta pelo maestro Eduardo Souto Neto e tema das conquistas do brasileiro, ecoou por todo o autódromo. "Ayrton Senna do Brasil", dizia a narração.
Sob chuva, Hamilton pegou a bandeira do Brasil e emocionou público, repetindo ato que Senna costumava fazer em corridas.
O brasileiro era especialista em provas realizadas em condições chuvosas. Ao final, a ginasta Rebeca Andrade deu uma bandeirada simbólica para o britânico.
Após a homenagem a Senna, Lewis Hamilton disse, em entrevista à Band, que Ayrton é o "melhor de todos" e que conseguiu reviver seus tempos de criança.
"É muito emocionante. Estava revisitando minha infância assistindo a Ayrton, vendo ele pilotar, vencendo corridas. Não posso acreditar que estou tendo essa oportunidade, ele é o maior de todos. Fazer isso em frente a essa torcida, que ficou debaixo de chuva o dia inteiro. É um dia muito especial para mim" contou.
O heptacampeão também destacou o carinho que recebe dos brasileiros: "amo o Brasil, amo as pessoas, me sinto honrado por ter minha cidadania aqui", afirmou.
"Espero que o Senna esteja orgulhoso, essa foi minha melhor volta no fim de semana inteiro. Isso é um carro de corrida, se eu pudesse, correria com esse carro hoje".
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Quem não chorou, mentiu! Que homenagem, que dia! Sir @LewisHamilton aqueceu o coração de todo mundo neste domingo chuvoso. 💚💛#SennaSempre #BrazilGP pic.twitter.com/HivCKFcDgG
— Senna (@ayrtonsenna) November 3, 2024
Momentos inesquecíveis do Grande Prêmio de São Paulo, foi histórico! #SennaSempre #gpbrazil #Formula1 pic.twitter.com/Y7kPojX9CS
— Senna (@ayrtonsenna) November 3, 2024