O piloto argentino Lorenzo Somaschini, 9, que morreu na segunda-feira (17) em São Paulo após acidente no Autódromo de Interlagos, estreou em provas oficiais em abril deste ano.
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Lolo, como era chamado, nasceu em 17 de julho de 2014 na cidade de Rosário, na província de Santa Fé, e desde cedo demonstrava interesse por motocicletas.
O sonho de Lolo era chegar ao MotoGP, categoria máxima do automobilismo, conforme disse em entrevistas. A paixão pelo esporte surgiu no momento em que a criança andou em uma moto do avô.
"Demos uma volta em uma moto de 125 cilindradas que era do meu avô e me encantei. Comecei a ficar fascinado", disse Lolo ao jornal La Capital, publicado em Rosário.
Em abril deste ano, Lolo debutou na Copa Argentina de SuperBike Junior.
A competição em Interlagos, válida pela 4ª etapa do SuperBike Brasil, seria sua primeira missão internacional. A criança, porém, sofreu um acidente de moto na sexta (14), durante o primeiro treino livre da Jr Cup, e morreu após ficar quatro dias internado no Hospital Albert Einstein, também em São Paulo.
A categoria que reúne pilotos de 8 a 16 anos foi criada em 2013. Nas provas são usadas motos de 160 cilindradas adaptadas e preparadas para a competição -as motocicletas recebem pedaleiras e guidão adequados ao tamanho de cada criança, por exemplo. De acordo com o SuperBike, as motos de 160 cilindradas são menos potentes, mas reúnem as características mínimas para serem transformadas em motos de pista.
O objetivo da categoria é formar novos talentos no esporte. Segundo a organização do torneio, a Jr Cup funciona como as demais, com treinos livres na sexta-feira, classificatórios no sábado e corrida no domingo.
Ainda de acordo com a organização, Lolo caiu na saída da curva do Pinheirinho e foi atendido no local pela equipe médica, em ambulância UTI. Na sequência, o argentino foi removido para o Hospital Geral da Pedreira e, na madrugada do sábado (15), encaminhado para o Hospital Albert Einstein, mas não resistiu aos ferimentos.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que a morte da criança é investigada pelo 48º DP (Cidade Dutra). O caso foi registrado como morte suspeita.
Também procurada, a Prefeitura de São Paulo diz que a administração do Autódromo de Interlagos lamenta a morte do jovem. De acordo com a gestão municipal, o evento tem a supervisão da Associação dos Pilotos de Motovelocidade e que segue à disposição para contribuir para apuração das circunstâncias do acidente.
"A gestão do autódromo informa que realiza a cessão onerosa da pista para eventos mediante a exigência de dispositivos de segurança rigorosos, conforme acordo com o Ministério Público. O local também possui homologação nacional da Confederação Brasileira de Motociclismo para provas de motovelocidade."
Esta não foi a primeira tragédia ocorrida no BikeBrasil. Em 2019 foram registradas duas mortes no Autódromo de Interlagos.
Em abril daquele ano, Maurício Paludete morreu ao sofrer um acidente após o término da corrida. Depois da bandeirada, ele perdeu o controle da moto na reta dos boxes, passou pelo S do Senna e bateu no guard rail.
Dois meses depois, Daniel Berto, 35, morreu ao perder o controle da moto durante treino de aquecimento para a prova quando passava pela curva do Pinheirinho.
Em relação a essas ocorrências, o SuperBike Brasil afirma que a motovelocidade é um esporte de risco e por isso conta com uma comissão de segurança com profissionais de diferentes áreas. "Todas as ocorrências sempre geram investigações com o intuito de apurar causas e possíveis prevenções", diz a organização. "Interlagos conta com o melhor asfalto do país e nas mesmas condições dos melhores circuitos do mundo", conclui.