Passados os Jogos Olímpicos de Tóquio, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) entra de vez no ciclo de Paris-2024 e tem pela frente neste fim de ano uma operação que, em número de participantes, será ainda maior que a do Japão.
A partir desta terça-feira (23) começam as competições dos Jogos Pan-Americanos Júnior, na Colômbia. A sede principal é Cali, mas há eventos espalhados por outras cidades da região do Valle del Cauca. A abertura oficial será realizada na quinta (25) e o encerramento está previsto para 5 de dezembro.
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A delegação brasileira tem mais de 350 atletas em 38 modalidades. Os principais objetivos da participação são o ganho de experiência entre os jovens competidores e a obtenção de vagas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, destinadas aos campeões de provas individuais e de alguns esportes coletivos.
Cada modalidade definiu o limite de idade dos seus participantes. Em geral o evento é destinado para atletas de até 23 anos, mas há tetos menores, por exemplo na ginástica artística (sub-15 no feminino e sub-18 no masculino).
Assim como tantos eventos esportivos pelo mundo, a versão júnior do Pan teve a sua primeira edição adiada duas vezes por conta da pandemia da Covid-19. De junho passou para setembro e depois para novembro.
"A participação é interessante no sentido de proporcionar ganho de maturidade e da possibilidade de ter uma competição de nível médio na América", disse o diretor de esportes do COB, Jorge Bichara. "É uma oportunidade para eles evoluírem e ganharem mais experiência internacional."
Na visão do diretor, a suspensão de competições nos últimos dois anos pode ter atrasado o desenvolvimento esportivo em alguns casos, passivo que o Pan ajudará a diminuir. "Um ano de ausência nessa faixa etária, no momento de formação do atleta, tem um impacto grande na evolução esportiva. Agora temos uma tentativa de recuperar esses efeitos da pandemia entre os jovens", afirmou.
Os cuidados relacionados à prevenção do coronavírus permanecem entre os principais foco de atenção do COB. Beatriz Perondi, infectologista presente no Japão, estará novamente com a delegação.
Além de todo o protocolo de testes e da utilização de máscaras, o comitê afirma que a maior parte dos representantes embarcará vacinada contra a Covid-19. Todos os participantes maiores de 18 anos deverão estar imunizados para ingressar na Colômbia.
"Entendemos que um dos sucessos que tivemos em Tóquio foi a vacinação de grande parte da nossa equipe. Agora estamos trabalhando com muitos atletas menores de idade e a nossa recomendação é que eles tomem ao menos uma dose da vacina", disse a coordenadora médica do COB, Ana Carolina Côrte.
Na delegação brasileira há 12 atletas que também estiveram nos Jogos de Tóquio, entre eles Kawan Pereira, finalista nos saltos ornamentais no Japão, e nadadores promissores como Breno Correia e Stephanie Balduccini, além da skatista Pâmela Rosa.
A convocação de Pâmela foi anunciada antes de ela conquistar o bicampeonato mundial na Street League, no último dia 14, nos EUA. Após uma lesão no tornozelo frustrar seu favoritismo nos Jogos Olímpicos, a skatista de 22 anos espera faturar uma medalha como representante nacional.
"Tenho muito orgulho de servir meu país. Fui convidada meses atrás e aceitei na hora. Se tiver oportunidade de representar o Brasil, seja em qualquer competição, quero estar presente sempre", afirmou.
Em nenhum esporte a delegação brasileira terá nomes com resultados tão expressivos como no skate. Na disputa masculina do street (não haverá competição de park, a outra categoria olímpica) haverá outro skatista em grande fase. Lucas Rabelo, 22, não conseguiu vaga em Tóquio, mas acaba de ser vice-campeão mundial na Street League.
No vôlei, alguns clubes optaram por não liberar nomes que poderiam ter destaque nas seleções masculina e feminina (sub-23), como a ponteira Ana Cristina, do Fenerbahçe, medalhista de prata no Japão. Por causa dos adiamentos, o Pan coincidiu com a temporada de competições de clubes.
A seleção feminina será comandada por Wagão, enquanto José Roberto Guimarães segue na Superliga com o Barueri, e a masculina terá seu comandante principal, Renan Dal Zotto.
As competições do Pan Júnior poderão ser vistas gratuitamente no Canal Olímpico do Brasil, plataforma de streaming do COB disponível em site e aplicativo. A previsão é de até seis horas diárias de exibições ao vivo, distribuídas em dois sinais diferentes.
A primeira transmissão será nesta terça, com a partida entre Brasil e Cuba pelo torneio feminino de handebol, às 19h (de Brasília).