A equipe brasileira de hipismo CCE conquistou no domingo (29) a medalha de bronze por equipes nos Jogos Pan-americanos e, assim, carimbou, a vaga olímpica para Paris 2024. Os EUA foram prata e o Canadá, ouro.
No individual, Marcio Jorge Carvalho com Castle Howard Casanova garantiu a inédita prata individual.
A terceira e decisiva rodada do salto, com armação da course-designer brasileira Marina Azevedo, iniciou com Ruy Fonseca e Ballpatrick SRS que zeraram o percurso com apenas 0,4 pontos perdidos (pp), resultado importante na contagem da equipe, com 56,7 pp no campeonato que viria a garantir o 12º posto individual.
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Rafael Losano, montando Withington, cometeu dois derrubes, garantido a 9ª colocação geral, 44,9 pp. Carlos Parro, o Cacá, montando Safira, perdeu 16 pontos (4 derrubes), fechando com 50 pp, em 11º lugar.
Marcio Jorge e Castle Howard Casanova, que haviam virado em 4º rumo à final e com percurso limpo e somente 0,8 pp por excesso tempo, assumiu a liderança parcial da competição -32,2 pp. Foi superado apenas com a entrada do último conjunto, a norte-americana Caroline Pamukcu apresentando HSK Blake que estava na liderança da competição e cometeu uma falta, totalizando 30,8 pp para levar a medalha de ouro.
Marcio Carvalho Jorge e Castle Howard Casa Nova, medalhista de prata individual, chegaram perto do topo do pódio pela diferença de só 1,4 pp.
Ao mesmo tempo, com a medalha de bronze por equipes, o Time Brasil cumpriu o objetivo da qualificação olímpica.
Já o Canadá que vinha em 3º após a 2ª qualificativa garantiu ouro por equipes e o bronze individual. A diferença entre os medalhistas de ouro e prata por equipes foi de apenas 0,1 pp. Canadá, ouro, 115,6 pp, EUA, prata, 115,7 pp e Brasil, bronze, 127,1 pp.
Jorge não poderia estar mais satisfeito. "A competição inteira foi super legal. Eu estou muito muito feliz com tudo. Meu cavalo Howard se comportou super bem desde o primeiro dia. Fizemos um bom adestramento, estou muito feliz com ele. Fomos super bem no cross e no salto ele mais uma vez confirmou ser um bom saltador, sempre cuidadoso", destacou ele, que conquistou a primeira prata individual do Brasil em Jogos Pan-americanos.
O vice-campeão pan-americano ainda falou da pressão durante o evento. "Lógico que antes sempre tem a pressão e no final um pouco maior. Chegamos perto do ouro. O Rodrigo (Pessoa) tava ali perto e falou "vai dar" (rs)", contou o atleta, agora prata individual e bronze por equipes em Santiago 2023, prata por equipes no Pan de Toronto 2015, bronze por equipes no Pan de Guadalajara 2011.
Para Losano, a missão foi cumprida. "Foi um espetáculo, qualificar para Paris era nossa primeira missão, infelizmente perdemos a prata, uma coisa de prova que acontece. Mas os nossos quatro cavalos estão com muita saúde e prontos para trabalhar para o ano que vem", pontou o ginete, agora bronze por equipes em Santiago 2023 e prata em Lima 2019. A exemplo dos quatro titulares, ele está radicado na Inglaterra.
Fonseca também se mostrou satisfeito. "Estou muito contente. Ter um bom cavalo nessa fase, é sempre bom fazer um zero e ajudar a equipe. Alcançamos nosso objetivo e agora já vamos trabalhar para Paris", comentou Ruyzinho, bronze por equipes no Pan 2023, bronze (individual) e prata (equipe) no Pan de Toronto 2015, bronze (equipe) no Pan de Guadalajara 2011, ouro (equipe) no Pan de Mar Del Plata 1995.
Para Parro, "o objetivo era conseguir a vaga em Paris e foi cumprido". O cavaleiro agora bronze por equipes no Pan 2023, já foi foi prata (equipe) e bronze (individual) no Pan de Lima 2019, prata (equipe) no Pan de Toronto 2015, bronze (equipe) no Pan do Rio 2007.
Já para o reserva major Vinicius Albano Almeida Leal, que veio ao Pan com Texas do Rincão, a estreia em Pan-americano foi muito proveitosa. "Estou muito feliz, parabéns aos integrantes da equipe. Sou muito grato por tudo que está acontecendo comigo, por estar em meu primeiro Pan, aprendi muito com os meus companheiros e outros cavaleiros. Estou muito satisfeito, agradeço ao exército brasileiro por ter me liberado."
Julie Purgly, chefe de equipe, que liderou o Time Brasil ao lado do técnico o britânico William Fox-Pitt, só encontra motivos para comemorar. "Que benção, chegamos, conseguimos a vaga em Paris. Acho que viemos para esse Pan bem mais confiantes. Dessa vez, tivemos um apoio muito diferenciado dos proprietários dos cavalos, o que para o nosso esporte é muito importante e os meninos vieram bem preparados, bem montados. A gente estava muito confiante com relação a Paris, já estava certo (rs..)", apontou.
"O esporte é isso, se tivesse acontecido o ouro também seria muito merecido, porque o cavalo do Marcio é espetacular, ainda jovem e com muito talento. Acredito que os nossos cavaleiros estarão na melhor forma em Paris", falou, já de olho nos Jogos.
"Visamos manter o contrato com nosso técnico o britânico William Fox Pitt e também o Guto de Faria que junto com a Confederação Brasileira de Hipismo está fazendo um trabalho magnífico nas categorias de base no Brasil. Com o William já temos uma programação de prova para o ano que vem. Eu acho que os meninos terão ainda mais opções de cavalos em mãos e teremos mais opções de seleção."