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OMS cobra COI após relatório que alerta sobre poluição das águas no Rio-2016

01 ago 2015 às 15:59

A Organização Mundial da Saúde (OMS) quer que o Comitê Olímpico Internacional (COI) avalie eventuais problemas virais nas águas de locais de competição no Rio de Janeiro para a Olimpíada do próximo ano. A OMS trabalha desde 2014 para monitorar a situação na sede dos Jogos de 2016. Essa atuação, porém, ganhará uma atenção extra diante das revelações nesta semana sobre os problemas enfrentados para reduzir a poluição a Baía da Guanabara para os Jogos Olímpicos de 2016.

"A OMS sugeriu ao COI que amplie sua base de indicadores científicos para incluir viroses", apontou um comunicado da agência de Saúde da ONU. "A avaliação de riscos deve ser revisada de forma adequada, diante dos resultados das análises", indicou.


Tanto os organizadores dos Jogos quanto o COI são solicitados pela OMS para que sigam suas recomendações no que se refere ao tratamento de lixo tanto de casas, quanto de hospitais. Por enquanto, os trabalhos conduzidos pela OMS indicam que os atletas nas competições de remo "não teriam riscos significativos para sua saúde por conta da qualidade das águas da Lagoa Rodrigo de Freitas".


Sobre as recentes revelações publicadas pela agência AP sobre a situação da Baía de Guanabara, a OMS aponta que é "difícil interpretar evidências sem os detalhes dos métodos analíticos usados e o exame dos dados brutos". A entidade admite que a concentração viral revelada nas reportagens podem parecer "muito altas e causa de preocupação". Mas a OMS alerta que o método analítico utilizado pode ter "superestimado" os riscos.


"Tendo dito isso, águas fortemente impactadas por fluxo de esgoto são sempre alvo de preocupação e autoridades devem continuar a tomar medidas para limitar os riscos", indicou.


Pela análise encomendada pela AP, 150 amostras de água foram testadas para três tipos de adenovírus humano, além de rotavírus, enterovírus e coliformes fecais. Elas apontaram níveis altos de adenovírus nos três locais. Também mostrou sinais de rotavírus, principal causa mundial de gastroenterite. Os testes foram realizados pela Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS).

O resultado da análise gerou repercussão internacional e causou críticas ao governo do Estado do Rio de Janeiro e à organização dos Jogos. Na sexta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão questionou os resultados divulgados pela AP e os supostos "interesses" por trás da investigação. Ele afirmou que nos próximos dias o governo vai revelar o trabalho que vem sendo feito para despoluir a Baía de Guanabara, em conjunto com autoridades e especialistas.


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