Com a expectativa de ver o seu orçamento cortado quase pela metade no ano que vem, passando de R$ 1,72 bilhão em 2016 para apenas $ 960 milhões em 2017, o Ministério do Esporte deverá cortar boa parte dos investimentos que faz no esporte de alto rendimento. Uma das alternativas é manter o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), parceria com o Ministério da Defesa, que é quem boa parte da conta para ter, em seus quadros, esportistas de destaque, inclusive diversos medalhistas olímpicos.
"A gente tem como objetivo manter todos os programas de sucesso e aperfeiçoá-los", afirmou o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, em audiência pública na Câmara dos Deputados, na terça-feira.
Ele ressaltou que as Forças Armadas têm "papel fundamental" para "equilibrar" as estatísticas que mostram que, dos 465 atletas que representaram o Brasil no Rio, 294 eram da região Sudeste e apenas sete da Norte.
"Já estamos refinando o planejamento para alcançar o próximo ciclo, com vistas aos Jogos Olímpicos de Tóquio e passando anteriormente pelos Jogos Mundiais Militares da China, em 2019. A gente pretende ampliar as metas", adiantou o vice-Almirante Paulo Martino Zuccaro, presidente do Conselho Desportivo Militar do Brasil (CDMB) e diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa.
O programa conta hoje com 627 atletas de alto rendimento, a maioria composta por temporários, que permanecem nas Forças Armadas por oito anos. A Defesa afirma investir cerca de R$ 15 milhões por ano com o salário dos atletas militares e aproximadamente R$ 3 milhões anuais em competições e treinamentos. A maior parte dos recursos vem do Esporte: R$ 25 milhões no custeio e na participação dos atletas em competições.