A líbero Camila Brait reafirmou nesta quinta-feira, durante apresentação do elenco do Vôlei Nestlé em Osasco (SP), a decisão de não vestir mais a camisa da seleção brasileira. Apesar de ter feito o anúncio da aposentadoria nas redes sociais apenas um dia após ser cortada dos Jogos Olímpicos do Rio, a atleta de 27 anos garantiu que não se tratou de um ato impensado.
"Algumas pessoas falaram que eu estava de cabeça quente, que era muito cedo. Mas não, já estava pensando há algum tempo. Tomei essa decisão sozinha, não quis perguntar para meus familiares e para o meu marido. Alguns não concordaram, mas a família inteira me apoiou. Para mim, a seleção já deu. Acabou meu ciclo."
A permanência de José Roberto Guimarães no comando da seleção feminina ainda não está definida. No entanto, Brait mostra firmeza ao dizer que não vai repensar a escolha mesmo que haja mudança na comissão técnica. A jogadora, que perdeu a vaga no Rio-2016 para Léia, foi cortada da seleção às vésperas da Olimpíada pela segunda vez na carreira. "Ele tomou a decisão, nunca vou criticar, mas fiquei decepcionada. Já passou, vida que segue."
Para Luizomar de Moura, treinador do Vôlei Nestlé, a resolução de sua comandada foi prematura e pode mudar no futuro. "Quem sabe as boas atuações e o carinho da torcida façam cicatrizar rápido essa ferida que está aberta, foi difícil quando ela chegou aqui, estava muito triste, mas vejo ela jogando em alto nível e pronta para fazer parte de qualquer seleção do mundo", afirmou.
A líbero contou que recebeu um telefonema de Luizomar assim que tornou sua decisão pública. Eles voltaram a conversar no dia de seu retorno para o clube, e o treinador lhe deu alguns conselhos. Também falaram sobre o desejo de Camila Brait virar mãe, e a atleta levará o calendário do clube em consideração. "Estou pensando em engravidar logo depois da Superliga, vamos ver quando vai vir", projetou.