A Jamaica corre o risco de ser impedida de disputar qualquer competição de alto rendimento caso o governo do país não promova uma investigação para apurar as denúncias feitas por Renee Anne Shirley, ex-diretora executiva da Comissão Antidoping Jamaicana (Jadco, em inglês), de que o programa do país para a realização de exames era completamente inadequada. Como consequência, o país poderá até ser impedido de disputar os Jogos Olímpicos de 2016.
Em artigo publicado na revista americana "Sports Illustrated", Shirley acusou os políticos jamaicanos de ignorar seus alertas de que os testes positivos de Asafa Powell e outros quatro atletas eram um "desastre" pronto para acontecer.
Em rápida reação, o diretor geral da Agência Mundial Antidoping (Wada) David Howman exigiu que o governo da ilha se mobilize. O dirigente afirmou ainda que se o país não assumir suas responsabilidades seriamente, a Wada poderia declarar o Jadco como não signatário de seu código antidoping, o que poderia trazer sérias consequências para os atletas do país.
"Em casos como este, procuramos trabalhar em conjunto com o signatário e achar as soluções. Se nada for feito, podemos pedir para que nosso conselho declare os signatários como não-cumpridores e isso tem implicações em um time do país ser admitido ou não em vários eventos internacionais", diz trecho de nota oficial publicada pela Wada.
Nós reportamos o não-cumprimento a pessoas que podem então considerar outros tipo de sanções. Estas pessoas seriam do Comitê Olímpico Internacional (COI), a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), entre outras – explicou David Howman.
– É um caso sério. E acredito que se as pessoas responsáveis na Jamaica estiverem preocupadas, irão se pronunciar. Eu ficaria desapontado se não o fizessem. Mas, certamente, se houver uma falta de resposta, então nós da Wada trataremos direto com o governo jamaicano – completou.
A Wada esteve fortemente envolvida em ajudar a Jamiaca na criação do Jadco à época dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.