Se Lewis Hamilton tivesse testado positivo para coronavírus em qualquer outra etapa do ano na Fórmula 1, teria vida mais fácil para voltar à pista do que para na última corrida, que será disputada neste final de semana, em Abu Dhabi. Afinal, os protocolos adotados são os mais rígidos de toda a temporada e, se o inglês for confirmado na prova, é porque as autoridades do país permitiram que uma brecha fosse aberta para contar com a presença do heptacampeão em seu evento.
Isso porque parte do protocolo era de que todos os profissionais, de pilotos até a mídia, viajassem nesta segunda-feira (07), ou em voos fretados pela F-1 -foram nove aviões, que não estavam totalmente lotados para que fosse possível manter o distanciamento- ou em jatos particulares. Até mesmo membros do alto escalão da categoria tentaram ser isentos dessa obrigatoriedade, mas as autoridades locais não permitiram.
Chegando em Abu Dhabi, todos os profissionais foram transportados em ônibus, inclusive com escolta policial, até a ilha artificial de Yas, onde está localizado o circuito e onde há vários hotéis. Como Abu Dhabi tem restrições bastante rígidas, incluindo a proibição de viagens até mesmo dentro dos Emirados Árabes Unidos, para Dubai, que fica a 140 km de distância, a parte da ilha em que uma espécie de "bolsão" de hotéis fica ficará fechada até o evento acabar.
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Porém, como é de interesse das autoridades que o evento conte com a maior estrela do esporte, a Mercedes espera que Hamilton seja liberado dessa determinação de voar na segunda-feira, mas só isso não resolveria sua situação. Dentro das regras do Bahrein, que também são rígidas, ele precisa ficar por 10 dias em isolamento, e só poderia voar, no final da semana, caso apresente um teste negativo.
Além disso, os profissionais da F1 foram informados que, ou teriam que ter estado por sete dias no Bahrein antes de ir para Abu Dhabi, ou teriam que apresentar quatro testes feitos em sequência com resultado negativo, então presume-se que, para Hamilton disputar a última corrida, a rigidez também seria menor com ele nesse sentido.
A FIA vai acatar a decisão que os órgãos de saúde do Bahrein e de Abu Dhabi tomarem no sentido de liberar ou não Hamilton, enquanto a Mercedes já deixou claro que vai tentar fazer o possível para contar com sua estrela na prova de encerramento da temporada. O time tem até antes da classificação, no sábado, para confirmar quem corre.
Hamilton já é campeão antecipado da temporada, mas pode ter ganho um motivo extra para tentar voltar o quanto antes depois da excelente performance de seu substituto, George Russell. O inglês de 22 anos colecionou títulos na base e é o sucessor natural de Hamilton, que faz 36 em janeiro e está prestes a assinar o que seria seu último contrato na F-1.
Esperava-se que Russell só andasse de Mercedes em 2022, depois que seu contrato com a Williams acaba e o de Valtteri Bottas, com o time alemão, se encerra também. Então a ótima performance do jovem talento britânico trouxe algumas interrogações a respeito do futuro imediato da equipe mais vencedora da história da F-1.
No único caso que a F-1 teve de um piloto que foi diagnosticado com covid-19 antes de duas corridas realizadas em finais de semana seguidos, Sergio Perez acabou perdendo as duas etapas disputadas na Inglaterra. Isso porque o teste dele logo antes da segunda corrida em Silverstone também deu positivo. Se isso acontecer com Hamilton, Russell estará novamente no seu lugar.