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Fofão inspira sobrinha dentro e fora de quadra em Londrina

20 nov 2015 às 11:07

Embaixadora dos Jogos Escolares da Juventude Londrina 2015, etapa de 15 a 17 anos, a campeã olímpica Fofão viveu um momento especial no Centro Poliesportivo e Cultural Walter Senhorinho / Associação Banestado, nesta quarta-feira, dia 18. Ela acompanhou, pela primeira vez, uma vitória da sobrinha Paulina Rogério de Souza, a Fofinha, que defende a equipe do Colégio Amorim Vila Guilherme (SP) no evento escolar promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Da arquibancada, a ex-levantadora da Seleção Brasileira viu o time de São Paulo vencer a Escola Tancredo Neves (RO) por 2 sets a 0 (25/5 e 25/7), em partida válida pela fase classificatória do torneio. Os Jogos Escolares seguem até este sábado, dia 21.

Com cinco participações em Jogos Olímpicos e três pódios conquistados – ouro em Pequim 2008 e bronze em Sydney 2000 e Atlanta 1996 –, Hélia Rogério de Souza Pinto, mundialmente conhecida como Fofão, contribuiu para a escolha da sobrinha pelas quadras de vôlei, ao lado da mãe da jovem, a ex-ponteira Silmali Rogério de Souza. "Minha irmã, mãe dela, também jogou. Paulina foi criada nesse mundo do voleibol. Foi a única sobrinha que decidiu seguir jogando", diz Fofão.


Aos 16 anos e com 1,72m de altura, Paulina, que é chamada por alguns de "Fofinha", começou no vôlei aos 10 anos. A jovem disputa sua terceira edição de Jogos Escolares, tendo conquistado uma medalha de bronze na etapa de 12 a 14 anos, em Natal 2013. "Fui primeiro para a natação, mas foi só moda. Desde pequena, eu acompanho o vôlei. Crescendo dentro de quadra, deu vontade de jogar. Com o tempo, vi que era isso o que eu queria e não paro mais", afirmou a sobrinha da campeã olímpica, que atua como ponteira pela equipe do Colégio Amorim (SP) durante os Jogos Escolares, mas pretende seguir carreira na posição de líbero. "Minha mãe foi ponteira; minha tia, levantadora. Vez ou outra, eu jogo nessas posições, mas me encaixei melhor como líbero", destacou. Sobre a escolha de Paulina, Fofão está tranquila. "Ela está querendo ser líbero, então tem que incentivar", afirmou.


A ex-levantadora da Seleção Brasileira teve poucas oportunidades de ver a sobrinha jogar, devido à agenda das duas. Fora das quadras desde maio deste ano, Fofão pôde, nos Jogos Escolares, onde é Embaixadora, acompanhar um jogo da sobrinha pela terceira vez. "Nas duas primeiras vezes que consegui assistir a uma partida dela, em outros eventos, o time perdeu. A gente ficava sem saber se eu era pé-frio, ou se era outro parente da família. Finalmente vi uma vitória e provei que não sou pé-frio", brincou Fofão.


Já Paulina diz que a presença da tia campeã olímpica na arquibancada não atrapalha em nada. "Não me sinto pressionada. É bom ter alguém da família por perto. Quando a gente se encontra, é sempre muito legal", disse a jovem, em sintonia com a tia. "Ela se motiva, vê que pode chegar aonde a tia chegou. Mas ela tem de se divertir acima de tudo, sem cobrança", completou Fofão.


Antes da partida entre Amorim (SP) e Tancredo Neves (RO), a embaixadora Fofão pôde conversar com as jogadoras das duas equipes e com outras atletas, a exemplo do que vem fazendo em outros locais de competição. "Independente do que venha a acontecer, elas têm de tirar um aprendizado do esporte. Mas, acima de tudo, que elas se divirtam. A prática do vôlei, ou de qualquer outra modalidade, não deve ser sacrifício, e, sim, um prazer. No mais, sempre deixo como conselho que elas deem o melhor delas, porque sempre tem alguém olhando, e é aí que as oportunidades aparecem", explicou Fofão, que estreou na Seleção durante os Jogos Pan-americanos Havana 1991.


Em transição de carreira, Fofão revelou o desejo de trabalhar com estudantes. Ela participa, inclusive de uma iniciativa do COB, o Programa de Carreira do Atleta, que visa orientar o atleta a buscar uma melhor capacitação profissional na nova fase da carria. "Eu sou o que sou pelo esporte. Zerei minha fase como jogadora e tenho de pensar do lado de fora. A adaptação para esta nova vida está sendo feita com calma, estou curtindo esse momento de descanso. Vou continuar como comentarista, mas também, em 2016, quero tocar um projeto social para a formação de levantadores. Não vai ser uma obrigação, será uma satisfação poder retribuir tudo o que o esporte me deu. Tenho muito interesse em trabalhar com a base, na formação. Eu curto mais esse lado de ensinar, que acho muito importante", adiantou. Nesse contexto, a importância do esporte para a vida é compartilhada com a sobrinha. "Se não fosse o vôlei, eu estaria em outra situação completamente diferente", ratificou Paulina.


A sobrinha de Fofão recebeu ainda uma grande notícia nos Jogos Escolares. Ela foi escolhida pela patrocinadora máster do evento, a Coca-Cola, para ser uma das condutoras da Tocha Olímpica dos Jogos Rio 2016.


Os torneios feminino e masculino de voleibol, basquete, futsal e handebol dos Jogos Escolares da Juventude 2015 seguem até este sábado, dia 21. As partidas acontecem em 16 ginásios na cidade-sede de Londrina e em Cambé e Ibiporã, munícipios paranaenses. Mais de 3,7 mil jovens participam do evento, que é a maior competição escolar esportiva do Brasil.

Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo, com apoio da Prefeitura Municipal de Londrina e patrocínio máster da Coca-Cola.


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