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Fiscal da Stock Car explica erro, pede desculpas e tira foto com Cacá Bueno

07 abr 2015 às 16:05

Última volta da primeira bateria do GP Ribeirão Preto da Stock Car, segunda etapa da temporada 2015. Cacá Bueno entra na reta principal para receber a bandeirada, e com Marcos Gomes em seu encalço, tudo o que ele vê no lado esquerdo da mureta é a placa sinalizando que aquela era a última volta – exatamente como acontecera na passagem anterior.

O que o líder do campeonato não viu foi que a bandeira quadriculada começou a ser agitada somente do terceiro colocado (Julio Campos) em diante. "A equipe me falava que a corrida tinha acabado, mas eu tinha a sinalização da pista. Então a gente continuou correndo, viu que tinha situações estranhas na pista – e quando dou uma volta a mais também vem aquele instinto de ficar bravo por conhecer o regulamento e saber que eu poderia ser desclassificado por dar uma volta a mais", contou Cacá ao programa 'Tá na Área', do canal SporTV.


"Depois de dois anos sem ganhar corrida, eu vencer e ser desclassificado por um erro – e eu não tinha ideia que tinha sido erro da bandeirinha, porque poderia ter sido também da cronometragem ou da direção de prova, e pelo rádio acabei generalizando e usando uma palavra chula. Por isso peço desculpas a quem escutou em casa", disse o piloto.


O regulamento é claro a respeito do final da corrida: ele é determinado pelo número de voltas (40, no caso da primeira bateria de Ribeirão Preto). O fato de a bandeira não ter sido mostrada não mudou em nada os rumos finais da prova. E quem estava a cargo desta tarefa era alguém treinado, capacitado e extremamente experiente na função: a fiscal Andrea Cristina Ladeira, que desde 1995 atua nas corridas da Stock Car e tem experiência de ter feito nada menos do que 15 Grandes Prêmios de Fórmula 1 (14 em Interlagos e um no GP dos Estados Unidos, em 2012).


Ela faz questão de explicar os movimentos que antecederam a bandeirada. "Eu estava com a placa de última volta, e tenho que mostrá-la para todos carros até o último. Estávamos em dois no posto e pedi para o outro fiscal segurar a bandeira que na próxima vez que o Cacá viesse eu daria a quadriculada. Quando ele apareceu na reta, estava perto do último colocado e quando pedi a bandeira ela estava no chão. Tentei voltar para pegar, mas eu segurava a placa para ela não cair na pista, pois não passava pela grade facilmente. Até eu conseguir fazer isso sozinha, infelizmente só consegui dar a bandeirada a partir do terceiro colocado", falou.


"Quando terminei eu subi para o posto da direção de prova e expliquei para o Mirnei (Antônio, diretor de prova) o ocorrido. Trabalho com isso há 20 anos, me cobro muito e não me permito errar. Chorei pelo erro", contou Andrea, que momentos depois do final da corrida foi flagrada pelas câmeras do SporTV sendo consolada por uma colega de posto.


Antes da cerimônia de pódio e depois que Andrea conversou com Mirnei, Cacá Bueno também foi à direção de prova, segundo ele, para explicar porque havia dado uma volta a mais. A reclamação do pentacampeão e as lágrimas da fiscal geraram uma certa polêmica em torno do assunto. Mas os dois garantem que isso é passado e tudo foi resolvido rapidamente.

"Muita gente veio falar comigo e durante a visitação de boxes eu fiz questão de ir conversar com o Cacá e pedir desculpas. Ele até ficou surpreso, mas também se desculpou comigo por ter achado que chorei por causa das declarações dele – e até então eu não tinha visto nada do que ele disse sobre o ocorrido. Ele pediu desculpas, eu também. Tiramos uma foto juntos e tudo se resolveu", concluiu Andrea.


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