No dia 3 de dezembro de 2000, há exatos 10 anos, Gustavo Kuerten escreveu definitivamente o seu nome na história do tênis. Ao conquistar na Masters Cup o título mais importante da sua carreira, que ainda teve um tricampeonato de Roland Garros, o brasileiro acabou assumindo a liderança do ranking mundial. "Foi o maior momento da minha carreira, a conquista de maior valor", relembra Guga.
A Masters Cup, que hoje se chama ATP Finals, é um torneio que reúne os oito melhores tenistas da temporada. E naquela edição de 2000, disputada em Lisboa, em Portugal, Guga teve pela frente alguns dos maiores nomes da história do esporte, como os norte-americanos Pete Sampras e Andre Agassi. Mas, já com dois títulos de Roland Garros no currículo - o terceiro viria em 2001 -, ele foi o campeão.
Guga, que teve de abandonar o tênis profissional em 2008 por não aguentar disputar sequência de partidas devido a uma lesão no quadril, não gosta de esquecer que outra contusão quase colocou tudo a perder naquela semana marcante. Logo na estreia em Lisboa, ganhava de Agassi quando sentiu dores nas costas. O problema o impediu de vencer o jogo. E o brasileiro chegou a pensar que tudo estava perdido.
Mas, graças aos fisioterapeutas - e à organização do torneio, que lhe deu um dia a mais de descanso -, Guga passou a jogar com uma proteção lombar e venceu todos os demais jogos. Chegou a um nível jamais igualado por ele de concentração, passou pelo sueco Magnus Norman e pelo russo Yevgueni Kafelnikov, garantindo vaga nas semifinais. Aí, encarou Sampras na semifinal e Agassi na final para ser o campeão.
"Acho que o fato de estar lesionado me obrigou a atingir um alto nível de concentração", lembrou Guga, que tem um carinho especial pela final daquela Masters Cup, quando venceu Agassi. "O que chamou a atenção foi o nível de performance daquele jogo, talvez o maior da minha carreira. A forma como consegui conduzir o jogo todo, uma melhor de cinco sets, foi imponente."