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Fabiana, capitã da Seleção Brasileira, sofre insultos racistas na Superliga

28 jan 2015 às 13:04

A bicampeã olímpica e capitã da seleção brasileira de vôlei Fabiana Claudino afirmou nesta quarta-feira ter sido vítima de racismo durante um jogo da Superliga Feminina. A central do Sesi (SP) contou que foi xingada por um torcedor durante o jogo da última terça-feira contra o Minas, em Belo Horizonte. Segundo a jogadora, ela foi alvo de racismo diversas vezes durante a partida.

"Durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era macaca quer banana, macaca joga banana, entre outras ofensas. Esse tipo de ignorância me atingiu especialmente, porque meus familiares estavam assistindo a partida", escreveu Fabiana em texto publicado em uma rede social.


No texto, a jogadora agradeceu ao clube adversário, que retirou do ginásio o autor dos insultos e o levou para uma delegacia. Mineira de Santa Luzia, a jogadora começou a carreira no Minas. O Sesi perdeu por 3 sets a 1 e a central foi a maior pontuadora do jogo, com 19 pontos.


"Refleti muito sobre divulgar ou não, mas penso que falar sobre o racismo ajuda a colocar em discussão o mundo em que vivemos e queremos para nossos filhos. Eu não preciso ser respeitada por ser bicampeã olímpica ou por títulos que conquistei, isso é besteira! Eu exijo respeito por ser Fabiana Marcelino Claudino, cidadã, um ser humano", afirmou.


Fabiana disse ainda estar muito abalada pelo ocorrido. "A esse senhor, lamento profundamente que ache que as chicotadas que nossos antepassados levaram há séculos, não serviriam hoje para que nunca mais um negro se subjugue à mão pesada de qualquer outra cor de pele. Basta de ódio! Chega de intolerância!", comentou.


A colega de seleção de Fabiana, Sheilla Castro, também publicou em uma rede social mensagem de apoio à amiga. "Acho inadmissível ainda existir racismo. Minha amiga Fabiana Claudino ontem no jogo na sua terra natal, sofreu isso com um torcedor. Fiquei muito revoltada e triste. Ainda bem que o Minas Tênis Clube retirou o indivíduo e encaminhou para a delegacia!".

A Superliga teve outros dois episódios de atos preconceituosos nos últimos anos. Em 2011, Michael, do Vôlei Futuro, ouviu insultos homofóbicos da torcida do Cruzeiro. No ano seguinte, também no ginásio do Minas, uma torcedora xingou Wallace, do Cruzeiro, de "macaco".


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