Mais de mil atletas teriam sido beneficiados por um esquema de doping institucionalizado na Rússia nos últimos quatro anos, de acordo com o "Relatório McLaren", divulgado hoje (9). A investigação, que já tinha sido parcialmente publicada em julho, antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, e levado à suspensão de 100 atletas da competição, foi detalhada nesta sexta-feira (9), em Londres. As informações são da Agência ANSA.
Segundo o relatório, o governo russo compactuou com um esquema de doping iniciado em 2011, com a ajuda dos seus serviços secretos, para aumentar o rendimento dos atletas do país, entre eles quadro medalhistas dos Jogos de Inverno Sóchi, de 2014, e de Londres 2012.
Além do atletismo, outras 29 modalidades estariam envolvidas no esquema, como o futebol, disse o advogado canadense Richard McLaren, que cuida da investigação. Ao todos, 1.115 atletas teriam participado do "programa de doping do Estado", em 30 modalidades, "tanto de esportes de inverno quanto de verão, com atletas olímpicos e paralímpicos".
"Uma conspiração internacional foi implementada, com participação do Ministério dos Esportes e de serviços como a Agência Russa Antidoping (Rusada), o laboratório antidoping de Moscou e a agência secreta FSB, para manipular as amostras", disse McLaren.
A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) já se pronunciou sobre a versão final do relatório, dizendo que é "hora desta manipulação acabar. A IAAF trabalhou em colaboração esteira com McLaren e com a Agência Mundial Antidoping e mais da metade (53%) dos atletas citados no relatório já foi sancionada ou colocada em procedimentos disciplinares.