Em uma final totalmente brasileira, feito inédito na história da etapa de Jeffreys Bay do Circuito Mundial de Surfe, Gabriel Medina deu um show em sua última e decisiva onda, ficando próximo de uma nota máxima, e derrotou Ítalo Ferreira nesta sexta-feira para ficar o título na África do Sul, o primeiro de sua carreira profissional. O paulista de Maresias anotou 19,50, de um máximo de 20 pontos, contra 16,77 do potiguar.
Com os resultados da etapa, a sexta de 11 da temporada de 2019, Filipe Toledo, que caiu na semifinal para Ítalo, sobe para a segunda posição do ranking mundial com 33.280 pontos, atrás apenas do norte-americano Kolohe Andino, que também foi eliminado na semi, com 33.845. O surfista do Rio Grande do Norte, apesar do vice, galgou da sexta à quarta posição com 29 950 pontos. Medina, que era oitavo, foi à sétima posição com 26 895.
"É muito bom. É muito difícil ganhar esse campeonato. Eu não estava esperando essa vitória. Tudo isso começou depois da vitória sobre Ryan Callinan, que virei na última onda. Nada é impossível", disse Medina, ainda dentro d'água, lembrando o triunfo nas oitavas de final. O brasileiro é o primeiro "goofy" (colocam o pé direito à frente da prancha) campeão em Jeffreys Bay desde 1984, a primeira edição da etapa sul-africana na elite do surfe mundial.
Na final, logo de cara Ítalo Ferreira anotou um 9,10 na primeira onda da bateria. Medina demorou um pouco, mas respondeu à altura e conseguiu um 9,73. Na reta final, o potiguar obteve um 7,67 para colocar pressão no atual campeão mundial, mas o paulista respondeu com outra onda espetacular. Com direito a um tubo, fez 9,77, somando 19,50 e ficando com o título.
Show brasileiro
O dia começou de forma espetacular para o Brasil com os três representantes das quartas de final avançando às semis. Medina bateu o australiano Owen Wright (15,67 a 14,60), Ítalo eliminou o japonês Kanoa Igarashi (15,53 a 12,37) e Filipinho ganhou do havaiano Sebastian Zietz (15,00 a 14,40). Na luta por vaga na final, o paulista venceu Kolohe Andino por 14,30 a 14,00 e o potiguar fez 17,50 a 14,00 em Filipinho.
No feminino, a havaiana Carissa Moore ficou com o título. Na decisão, bateu a norte-americana Lakey Peterson por 15,47 a 14,60, em uma bateria decisiva muito disputada. Com o resultado, assumiu a liderança do ranking mundial, passando a australiana Sally Fitzgibbons, que foi eliminada nas quartas de final pela também havaiana Malia Manuel. As brasileiras Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb caíram nas oitavas.