A decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de não banir a Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 "já era esperada" pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Na avaliação da entidade, "seria muito difícil punir 400 atletas em função de problemas com 10 ou 15". O comitê brasileiro avaliou ainda que a Rússia já foi punida ao ser proibida de sediar novas competições.
"Eu já esperava. Era difícil você punir uma quantidade de atletas que não estavam listados no problema. Acho que a punição já aconteceu em relação às autoridades, não poder fazer competição lá, etc., mas era muito difícil você punir 300, 400 atletas, em função de você só ter resultados (de doping) de 15 ou 10. Eu achava que a decisão seria por aí", avaliou Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB, nesta segunda-feira.
O dirigente não quis comentar as críticas de outros comitês olímpicos nacionais, como o norte-americano, que lamentaram a decisão do COI. "Cada um tem a sua cabeça. Eles que têm que responder o que eles acharem. Eu teria muita dificuldade se me punissem pela falta de outro", ponderou Freire.
O diretor do COB também não acredita que a presença dos russos possa gerar eventuais vaias durante os Jogos do Rio. "Essa informação, essa notícia de doping, é muito restrita à nós, do esporte. Acho que a torcida em geral, estádio e população, não tem a extensão do que foi essa passagem com a Rússia."
Assim como já fizera na entrevista concedia ao jornal O Estado de S. Paulo no último domingo, Marcus Vinícius Freire afirmou que a proibição do atletismo russo de estar nos Jogos - a decisão foi da federação internacional da modalidade - não foi benéfica para a meta do País de ficar no Top-10 no número total de medalhas.
"A gente já fez essa contagem outro dia e tem duas modalidades que o Brasil tem gente logo depois dos russos no ranking ou olhando os últimos resultados de Olimpíada e dos dois últimos mundiais: salto com vara feminino e marcha atlética de 20km, no feminino também. Todos os outros favorecem os nossos adversários diretos, então eu diria que não ajuda a obter a nossa meta não, porque Ucrânia, Itália e Coreia vão ser mais favorecidos do que nós", considerou.