O atleta londrinense Angelo de Souza Cantizani, de 24 anos, foi o campeão de kickboxing na modalidade low kick no Paraná Combate, realizado pela Secretaria Estadual de Esportes em Cascavel (Oeste) no último fim de semana. A medalha que ele recebeu foi contabilizada para Maringá, cidade pela qual se inscreveu no torneio.
Adepto do kickboxing desde os 10 anos de idade, Cantizani tem 24 anos e é faixa marrom. Nunca disputou um torneio profissional, mas planeja para o próximo ano dar este passo importante.
No torneio de Cascavel, enfrentou campeões bem mais graduados, mas não se sentiu intimidado. Venceu três lutas seguidas e pegou o lugar mais alto do pódio para atletas de até 63,5 kg na modalidade low kick. A luta foi destaque no evento e foi transmitida na Band Sports.
Cantizani vem se preparando mais intensamente nos últimos três anos. Sua rotina prevê dois treinos diários, um da arte marcial e outro de musculação. Formado em Ciências Sociais e aluno do primeiro ano de Educação Física, ele também trabalha na Fábrica de Campeões de Londrina, onde treina desde criança.
“Já tive alguma experiência em outras modalidades mas nenhuma se compara ao apreço que tenho pelo
kickboxing. Pelo fato de seu conjunto de regras proibir o travamento de golpes (não pode segurar nem clinchar), a luta muito é mais dinâmica, isto é, o combate raramente é interrompido e a ação é contínua.
Além disso, é uma arte marcial contemporânea, que surgiu a partir da fusão de técnicas de outras artes marciais. Vejo o kickboxing como o esporte de ‘trocação’ mais completo que temos na atualidade”,
avalia.
Treinador de Cantizani desde o início, o campeão internacional David Silveira disse que o resultado no Paraná Combate o surpreendeu. “Ele evoluiu muito. Por mais que seja faixa marrom, treina só com faixas pretas e dá treino para os faixas coloridas. É um cara que trabalha duro, treina de manhã, à tarde e, às vezes, à noite, de segunda a sábado” conta Silveira.
A surpresa no Paraná Combate se deve à calma que o atleta manteve, mesmo sem a presença de seu mentor, que não o acompanhou. “Eu sabia, uma semana antes, quem eram os adversários dele. Eram atletas difíceis e, se fosse para a final, confrontaria um lutador da casa, que tem toda a torcida a favor”, conta Silveira.
A estratégia foi não dizer nada disso para Cantizani. “Por mais que seja experiente, ele poderia travar, ficar preocupado uma semana antes com a experiência dos adversários, poderia ficar assustado. Eu o encorajei. Sabia que Jogos Abertos estão muito difíceis porque algumas cidades pagam bolsa para os atletas. E ele dominou na movimentação do ringue, todos os adversários perderam na movimentação. Tudo pela calma e paciência que ele teve no ringue”, avalia.