Os treinamentos de Manny Pacquiao para a luta do dia 23, diante do norte-americano Brandon Rios, na Arena Cotai, no Venetian Resort Hotel, em Macau, na China, estão fechados para a imprensa e para o público. Por vários motivos. Primeiro: o boxeador que foi campeão mundial em oito categorias está bastante pressionado pelas duas derrotas em 2012 - uma para Timothy Bradley e outra para Juan Manuel Marquez. Segundo: o maior ídolo das Filipinas e deputado eleito sofre com as mais de duas mil mortes ocorridas em seu país por causa do tufão Haiyan.
"Manny é muito brincalhão, mas nos últimos dias está sério demais e pouco fala", disse o técnico Freddie Roach. Segundo ele, Pacquiao queria ir até a região devastada pelo tufão, mas está em fase final de treinamento em General Santos, ao sul das Filipinas. O boxeador, que está em regime "espartano" há nove semanas e participou de 110 rounds de treinos, divulgou uma carta em que se compromete a visitar os locais atingidos logo após a luta. Esta não é a primeira vez que um combate de Pacquiao ocorre na mesma época em que seu país é atingido por tufões. Incidentes semelhantes aconteceram em 2009 e 2010.
Para se ter uma ideia da preparação de Pacquiao para esta luta, o pugilista vai usar um avião particular para ir até a China. Desta forma, ele sairá de General Santos na segunda-feira pela manhã e chegará a Macau no fim da tarde. Em avião comercial, a viagem atingiria quase 48 horas, com espera em aeroportos. Pacquiao será acompanhado pelo técnico Freddie Roach, os auxiliares Marvin Somodio,, Buboy Fernandez, Noynoy Neri, Roger Fernandez, sua esposa Jinkee, além de Michael Koncz, seu gerente de negócios.
Pacquiao só vai falar com a imprensa na quarta-feira, dia da última entrevista coletiva antes do combate. Depois ele participa da pesagem na sexta-feira (dia 22), véspera da luta. Seus últimos treinos, assim como ocorreu nas últimas três semanas, não poderão ser acompanhados pela imprensa. Com exceção de uma equipe do canal HBO, detentor do direitos de transmissão, que segue os dois pugilistas há mais de dois meses diariamente.
O duelo Pacquiao x Rios vai valer o título mundial dos meio-médios (até 66,678kg), versão Organização Mundial de Boxe, que está sem dono. Pacquiao não luta na Ásia desde 2006. Em caso de vitória, o astro poderá realizar o sonho dos fãs do boxe em 2014, enfrentando o norte-americano Floyd Mayweather. Mas, se perder, o filipino deverá "pendurar as luvas". O próprio treinador do pugilista admitiu, na última quarta, que uma derrota fará o ídolo pensar "seriamente sobre sua aposentadoria e a possibilidade de ficar na política".