O GP do México (rebatizado de GP da Cidade do México a partir deste ano) voltou ao calendário da F1 em 2015 e chama a atenção por ser um desafio único na temporada devido à altitude da capital mexicana. A pista fica a mais de 2200 m do nível do mar, o que afeta o funcionamento do motor e a aerodinâmica dos carros. E um time tem se despontado como o que mais se sente em casa nestas condições: a Red Bull do líder do campeonato Max Verstappen.
O holandês venceu a corrida em 2017 e 2018. Em 2019, foi o mais rápido na classificação, mas teve sua volta deletada por não ter respeitado uma bandeira amarela. Na largada, chegou a emparelhar com Lewis Hamilton, mas os dois se tocaram e Verstappen só terminou em sexto.
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De qualquer forma, trata-se de um currículo invejável principalmente se levarmos em consideração que a Red Bull tinha o terceiro melhor carro do grid nestes três campeonatos em questão e mesmo assim, quando chegava no Autódromo Hermanos Rodriguez, o rendimento era muito melhor do que em outras pistas.
Um conjunto de fatores explica isso. A maior altitude significa que o ar é menos denso, o que prejudica a eficiência da combustão do motor. Como o motor da F1 é turbo, a turbina compensa isso, mas girando muito mais rapidamente. Isso gera mais calor. Até aí, é tudo igual para todo mundo, mas a unidade da Mercedes tende a sofrer mais com esse efeito que os demais. E a Red Bull, mesmo quando tinha motor Renault (como nas vitórias de 2017 e 2018) não sofria tanto. Aliás, esse efeito negativo da altitude no equipamento da Mercedes pode ser visto em outras pistas, como na Áustria e em São Paulo, mesmo que elas estejam a apenas pouco mais de 600m do nível do mar.
Mas isso não para no motor. Também é mais difícil manter os freios na temperatura ideal porque o ar é menos denso, e os dutos da Mercedes são mais complexos que os dos demais times, então eles também tendem a sofrer mais com as temperaturas, especialmente se o carro está no trânsito.
Isso, contudo, explica mais as dificuldades da Mercedes do que as vantagens da Red Bull. E aí que entra a parte aerodinâmica. O ar menos denso oferece menos resistência, então os carros precisam usar sua carga máxima de pressão aerodinâmica para compensar isso, já que menos resistência é bom para a velocidade nas retas, mas péssimo para se contornar as curvas. E o carro da Red Bull, em parte por conta de seu conceito de rake mais alto, mas também pelas próprias características gerais, consegue gerar um downforce máximo maior que os rivais. Então, mesmo se a Mercedes colocar suas maiores asas, não vai chegar na pressão aerodinâmica que a Red Bull consegue produzir.
Então, em teoria, a Red Bull é favorita para o GP do México. Mas há um porém: se a Mercedes conseguir fazer seu sistema de suspensão que abaixa o assoalho do carro funcionar, eles podem ser bastante rápidos nas retas, e ameaçar o domínio da Red Bull. E também há a expectativa em cima da Ferrari, que é um carro que funciona bem em pistas nas quais se utiliza a carga aerodinâmica máxima e que recentemente estreou um novo motor que melhorou sua performance nas retas. Resta saber se esta nova unidade de potência se comportará bem sem "respirar" direito na altitude do México.
Estas perguntas começarão a ser respondidas a partir dos treinos livres para a 18ª etapa do campeonato, na sexta-feira (6), a partir das 14h30 e das 18h pelo horário de Brasília. A classificação será às 17h do sábado e a corrida, às 16h do domingo, com transmissão da TV Band.