O filipino Manny Pacquiao pode ser punido pelas autoridades do boxe em Nevada por não ter divulgado uma lesão no ombro antes de sua luta com o norte-americano Floyd Mayweather Jr. O presidente da Comissão Atlética de Nevada, Francisco Aguilar disse que o procurador-geral do Estado vai investigar porque Pacquiao marcou um "não" um dia antes da luta em questionário comissão que questionava se ele tinha uma lesão no ombro.
"Nós vamos reunir todos os fatos e analisar as circunstâncias", disse Aguilar. "Em algum momento vamos ter alguma discussão. Como o responsável pelas licenças da comissão, você quer ter certeza de que os lutadores estão lhe dando as informações mais atualizadas".
Pacquiao poderia enfrentar uma possível multa ou suspensão por não responder a pergunta com precisão em um formulário preenchido por ele pouco antes de pesagem na última sexta-feira. Ele perdeu por decisão unânime dos árbitros para Mayweather na luta mais cara da história.
Enquanto isso, o cirurgião ortopédico Neal ElAttrache disse ao site norte-americano ESPN.com que Pacquiao será submetido à cirurgia no final desta semana por causa da lesão. Ele examinou o filipino na última segunda-feira em sua clínica em Los Angeles.
O promotor de Pacquiao divulgou um comunicado em nome do lutador dizendo que a lesão foi comunicada para a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, na sigla em inglês), que aprovou o uso de uma injeção anti-inflamatória para a luta. Mas a USADA teve a responsabilidade de apenas realizar exames antidoping durante os treinamentos e na noite da luta.
"Nós não tivemos nenhuma informação médica, não há exames de ressonância magnética, não há documentos", disse Travis Tygart, que dirige a USADA. "Não era uma questão antidoping. A verdadeira questão é por que sua equipe pôs 'não' no formulário. Ou eles cometeram um terrível erro de não seguir as regras ou eles estavam tentando não dar informações para o outro lado. Eu não tenho certeza que há um meio termo".
Tygart disse que sua agência, que foi contratada pelos promotores para supervisionar os exames para a luta, foi contactada em 7 de abril com questionamentos sobre o uso de várias substâncias e se elas estavam autorizados ao abrigo das regras antidoping. Ele disse que houve outro chamado dez dias mais tarde perguntando sobre o uso de uma substância diferente, novamente sem dizer qual era o problema.
Pouco mais de duas horas antes da luta, o córner de Pacquiao pediu às autoridades de Nevada se poderia ser aplicada uma injeção de Toradol, um anti-inflamatório. Aguilar negou, dizendo que a comissão não tinha qualquer indicação anterior sobre uma lesão e não poderia permitir a injeção para não ser injusto com Mayweather. "Nosso trabalho é proteger a saúde e a segurança dos lutadores e a integridade do esporte", disse Aguilar. "Esperamos que os nossos lutadores sejam sinceros".
No comunicado divulgado pelos representantes de Pacquiao, foi indicado que ele decidiu lutar mesmo sem a injeção. "Como Manny disse várias vezes, não há nenhuma desculpa, Manny deu o seu melhor", afirma o comunicado.