A seleção brasileira feminina de vôlei chegou ao Brasil nesta segunda-feira ainda em êxtase pela conquista do bicampeonato olímpico. Nas declarações, as atletas e o técnico José Roberto Guimarães ressaltaram a união do grupo, que transformou um início de campeonato muito ruim em mais uma medalha de ouro para o País.
As novas bicampeãs olímpicas disseram que ainda não assimilaram o feito, alcançado há dois dias. "A ficha ainda não caiu", disse a líbero Fabi. A oposto Sheilla disse estar ansiosa para passear em carro aberto por São Paulo e sentir o carinho da torcida. O técnico José Roberto Guimarães falou de seu inédito tricampeonato olímpico. Disse estar orgulhoso de figurar entre grandes nomes do esporte nacional, como Adhemar Ferreira da Silva, o primeiro bicampeão olímpico do País.
"Essa conquista [do tri] não passou em momento algum pela minha cabeça. Me sinto extremamente orgulhoso, principalmente quando penso no nome do Ademar Ferreira da Silva, e dos feitos que ele proporcionou ao nosso país. Me sinto muito lisonjeado. E espero que muitos brasileiros de outras modalidades se juntem rapidamente a mim", afirmou o técnico, que raspou a cabeça ao pagar promessa pelo mais novo título olímpico.
Segundo o treinador, o momento mais crítico desta campanha olímpica foi a derrota para a Coreia do Sul. "Naquela noite ninguém dormiu". Zé Roberto ressaltou que o sentimento era de angústia por não conseguir colocar em prática os bons resultados do treino. As jogadoras se emocionaram ao lembrar de uma música evangélica que a meio de rede Adenízia colocou para o grupo escutar no vestiário após aquele jogo.
O momento da virada, segundo Zé Roberto, foi na vitória sobre a Rússia. Depois de superar momentos de dificuldade diante de um rival que sempre deu trabalho ao time, a confiança aumentou. Ali, segundo ele, o grupo "se fechou".
Zé Roberto destacou ainda o fair play da equipe dos Estados Unidos, que ajudou o Brasil a se classificar para a segunda fase da competição. "Eu não esperava outra coisa. Tivemos exatamente a mesma atitude em 2003, quando o time precisava de uma vitória nossa para garantir uma vaga olímpica", recordou.
A oposto Sheilla quis intervir quando outras jogadoras foram estimuladas a repercutir os comentários das jogadoras dos Estados Unidos de que elas eram as responsáveis pelo ouro brasileiro. "Elas nos classificaram, mas fomos nós que nos colocamos na final", afirmou, em tom de desabafo.