Olimpíadas 2012

Adriana Araújo perde luta, mas leva bronze no boxe

08 ago 2012 às 12:42

A pugilista Adriana Araújo não conseguiu superar nesta quarta-feira o favoritismo da russa Sofya Ochigava e foi eliminada na semifinal da categoria leve (até 60 quilos) no boxe dos Jogos Olímpicos de Londres. A brasileira fez uma luta equilibrada, mas perdeu por pontos - por 17 a 11. Mas, como a modalidade não tem disputa pela terceira colocação, ela ficou com o bronze.


O feito de Adriana pode ser considerado como histórico. O Brasil não conquistava uma medalha olímpica na modalidade desde 1968, quando o peso mosca Servílio de Oliveira ganhou um bronze no México. Também foi a primeira medalha brasileira obtida no boxe feminino, que começou a ser disputado apenas neste ano em olimpíadas. Foi, por fim, a centésima medalha do País obtida na história dos Jogos.


Já a vice-campeã mundial Sofya Ochigava, que derrotara Adriana no último Mundial, enfrentará na decisão a irlandesa Katie Taylor, tetracampeã mundial. Apontada como a principal boxeadora da atualidade, ela venceu também nesta quarta-feira Mavzuna Chorieva, do Tajiquistão, por 17 a 9.


Durante a luta, Adriana contou com o inesperado apoio da torcida irlandesa, que lotou a arena para acompanhar o duelo de Katie Taylor. Ainda assim o primeiro round começou truncado, com as duas adversárias evitando correr riscos. Terminou, assim, empatado por 3 a 3. Um pouco mais solta na sequência, Adriana partiu para o ataque e acertou bons golpes, especialmente de esquerda. Mas, nos contragolpes, a russa foi mais eficiente e abriu 8 a 6.


O panorama seguiu similar no terceiro round: a brasileira atacava e a russa buscava controlar o ritmo com clinchs e contragolpes. E, nessa mesma toada, abriu 13 a 9. Ochigava, a partir daí, só administrou a vantagem e assegurou a vitória por 17 a 11.


Treinada por Luiz Dórea, que já orientou Popó e Junior Cigano, Adriana Araujo chegou ao boxe por acaso. Nascida em 11 de abril de 1981, em Salvador, a baiana de 31 anos iniciou carreira em outro esporte: o futebol. Ela chegou a treinar dos 12 aos 17 anos e passou inclusive pela equipe feminina do Vitória, quando uma amiga a convidou a iniciar no pugilismo.


Briguenta desde criança, ela topou. Apostou que o novo esporte poderia evitar as confusões que arrumava nos esportes coletivos. O início, entretanto, foi difícil. Principalmente pela resistência da mãe, que não gostava de ver a filha machucada após os combates.

Mas, aos poucos, as vitórias foram chegando. E o apoio aumentando. Adriana tornou-se referência no pugilismo feminino brasileiro e conquistou o heptacampeonato nacional entre 2003 e 2010 - nesse período só não ganhou em 2006. Também foi pentacampeã do Campeonato Pan-Americano e ficou neste ano em segundo lugar no Torneio Pré-Olímpico da China. Agora, pode acrescentar o bronze olímpico no currículo.


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