A ministra italiana Eugenia Roccella deu declarações polêmicas e preconceituosas, nesta quarta-feira (31), sobre a presença de atletas trans nas Olimpíadas de Paris.
Roccella disse que está "preocupada" com a presença de atletas trans no boxe feminino. A ministra da Família, Natalidade e Igualdade de Oportunidades é conhecida pela postura conservadora na Itália.
"É muito preocupante saber que, durante os Jogos Olímpicos de Paris, duas pessoas trans foram admitidas nas competições de boxe feminino, [que são ] homens que se identificam como mulheres, e que, em competições recentes, foram excluídos", disse.
Leia mais:
Em nona edição, Copa Londrina de Jiu-Jitsu reúne lutadores de todas as idades neste domingo
Vini Jr erra pênalti, e Brasil cede empate para Venezuela
Vinicius Jr vira 'máquina de gerar gols' do Real e lidera ranking europeu
Dudu segue pessimista mesmo com clamor da torcida por vaga no Palmeiras
Mesmo sem citar nomes, a declaração foi feita um dia antes de a italiana Angela Carini enfrentar uma atleta trans, a argelina Imane Khelif. A participação da boxeadora, assim como da taiwanesa Lin Yu-ting, foi autorizada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
Ministra afirmou ainda que a presença de atletas trans poderia deixar a disputa desequilibrada. "O confronto físico direto pode colocar em risco e prejudicar a pessoa com estrutura física menos potente", falou.
Sem citar nomes, o Comité Olímpico Italiano informou que, ao lado do COI, tomou medidas para garantir que todos os atletas cumpram os regulamentos de saúde.
Em 2021, o COI apresentou diretrizes para pessoas trans dentro do esporte. Um dos itens do documento é o de "não presunção de vantagem": "Até que as evidências determinem o contrário, os atletas não devem ser considerados como tendo uma vantagem competitiva injusta ou desproporcional devido às suas variações de sexo."