De ídolo, Aranha se tornou um vilão para a torcida do Santos. Revoltados com o fato dele ter colocado o clube na Justiça irritou muitos torcedores, mas isso não parece preocupar o novo reforço do Palmeiras. Para o goleiro, que depois retirou a ação, o mais importante é seu bem estar e a tranquilidade da família.
"Se tem uma coisa que eu posso falar com toda a certeza é que sou muito grato por tudo que o Santos fez por mim. Sempre fui bem tratado pela torcida e o clube. Tivemos momentos maravilhosos e mesmo quando tive dificuldades, não fui abandonado. Mas como pai de família e homem, você tem que colocar tudo na balança. Eu senti que meu ciclo estava se encerrando", comentou.
Aranha ainda se defende do rótulo de mercenário dado por alguns torcedores, pelo fato de ele entrar na Justiça para conseguir receber tudo que o Santos lhe devia. "Agora falam que sou mercenário. Na verdade, eu tenho que pensar na minha família. Posso pegar minhas medalhas e quando chegar a conta de luz e água, vou pendurar no pescoço. Isso não adianta nada. A gente vê muitos ex-jogadores que foram geniais no futebol, infinitamente melhores que eu e hoje estão abandonados e precisando de ajuda. Temos que nos prevenir", explicou o palmeirense, que assinou contrato com o Alviverde por uma temporada.
Parte da torcida do Santos, que tanto o apoiou no episódio em que ele sofreu racismo em um jogo contra o Grêmio, agora também o xinga com palavras racistas. Alguns torcedores postaram mensagens agressivas contra o goleiro, que mais uma vez, parece ter reagido bem e com personalidade.
"Sobre racismo, não sou um sonhador. Sei onde piso. Muita gente diz que um time é racista, mas isso não existe. O racista tem em todo o lugar. Às vezes ele se mostra, em outras, não. Posso até ter feito amizade e adorado alguém por anos que é racista e não sei. Fico até aliviado quando eles mostram a cara", comentou.