Brasileirão 2024
O técnico Abel Ferreira convive com algumas críticas da torcida do Palmeiras pela falta de oportunidades que dá aos meninos que se destacam na base alviverde e chegam ao profissional. No entanto, em entrevista ao UOL, o zagueiro Vitor Reis, de 18 anos, exaltou o cuidado que a comissão alviverde tem com ele e os demais garotos do elenco.
O QUE ELE DISSE
"A conversa com todos da comissão técnica é sempre muito boa. Todos passam as orientações e procuram, no dia a dia, mostrar o que temos que fazer para evoluir. O cuidado com os jovens é importante e eles fazem isso muito bem. Fico feliz pelos elogios, isso só me motiva a seguir trabalhando firme e ouvindo os conselhos dos mais experientes", diz o jogador.
Vitor Reis fez sua estreia no time profissional do Palmeiras em junho deste ano na derrota por 3 a 0 contra o Fortaleza. A estreia não foi a melhor possível, mas o primeiro jogo como titular foi inesquecível: ele marcou um gol na vitória por 2 a 0 no clássico contra o Corinthians.
O desempenho em alto nível e a maturidade dentro de campo com apenas 18 anos rendeu diversos elogios de Abel Ferreira, que viu o jovem como um exemplo a ser seguido no elenco. Vitor Reis saiu de casa aos 10 anos para ir ao Palmeiras e precisou amadurecer mais rápido do que as crianças da sua idade.
"O Luan saiu e demos oportunidade ao Vitor [Reis], agradável surpresa. Todos deveriam ver a vontade que esse moleque tem. Dar os parabéns, porque apesar da idade é um homem de caráter", falou Abelapós a derrota para o Vitória em julho deste ano.
O zagueiro renovou com o Palmeiras em agosto deste ano até o fim de 2028 com multa de 100 milhões de euros (R$ 615 milhões na cotação atual). O Alviverde é dono de 100% dos direitos econômicos do atleta.
Vitor Reis já disputou 16 partidas em seu primeiro ano como profissional no Palmeiras e marcou dois gols.
ZAGUEIRO ESTÁ NA MIRA DE GIGANTES, MAS FOCA NO PALMEIRAS
De acordo com o site The Athletic, Real Madrid, Chelsea, Barcelona, Arsenal e Liverpool estão interessados na joia do Palmeiras.
João Paulo Sampaio, coordenador da base alviverde, garante que Vitor será o defensor mais caro da história do futebol brasileiro: não será negociado por menos que 35 milhões de euros (R$ 214 milhões na cotação atual).
O garoto, por sua vez, diz que não pensa no futuro na Europa e quer seguir brilhando com a camisa do Palmeiras.
"Eu procuro focar no meu trabalho e deixo essa parte extracampo para os meus empresários, para a minha família e para o clube. Acabo vendo [as notícias], mas não posso deixar que isso mexa comigo. Minha cabeça está totalmente no Palmeiras, em fazer história e conquistar títulos. Lutei muito para chegar até o profissional e quero escrever meu nome aqui, assim como foi na base", afirmou.
VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA COM VITOR REIS
Maturidade: "Eu sai muito cedo de casa para vir para o Palmeiras. Acho que isso ajudou nessa maturidade e crescimento rápido. A cada passo para o campo também, de ter uma certa liderança, mas tudo com muita naturalidade. Sou um cara bem tranquilo e família, gosto de estar com eles quando estou de folga e com meus amigos".
Conversas com Gustavo Gómez e Murilo: "Os dois me ajudam muito, assim como outros ali do elenco. Eles têm essa preocupação com os mais jovens e isso influencia no nosso crescimento. O Abel sempre diz que tem um elenco forte e isso pode ser visto sempre que alguém está fora e outro entra. Ou mesmo durante as partidas, quando é preciso substituir. Temos um grupo muito forte e por isso que é possível brigar em todas as frentes. Nem sempre os títulos vão vir, mas estaremos entre os primeiros e brigando".
Avaliação do primeiro ano como profissional: "Ainda tem essa reta final de Brasileirão, mas já posso dizer que foi a realização de mais um sonho. Trabalhei muito, desde muito jovem, para que chegasse esse momento. Quando chegou, estava pronto para aproveitar as oportunidades e ajudar. Foi tudo muito rápido, mas futebol é assim e temos que estar preparados para todas as situações".
Inspiração em Marquinhos e Thiago Silva: "São dois grandes jogadores, que atuam na minha posição, e fizeram história na Europa e na seleção brasileira. Não só pelo estilo de jogo e pelo que conquistaram, mas também pelo caminho que trilharam de tanto tempo fora do país, servindo o Brasil, a liderança deles, postura dentro e fora de campo... São coisas que me inspiram. Eu vejo muito também os meus companheiros de clube, com quem aprendo, com Gomez, Murilo e Naves. Teve também o Luan, com quem convivi por algum tempo".