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Obras

Vistoria encontra rachadura no Pacaembu, e concessionárias debatem responsabilidade

Tulio Kruse - Folhapress
25 jun 2024 às 13:26

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- Divulgação
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Uma vistoria técnica no estádio do Pacaembu, na região central de São Paulo, encontrou uma rachadura numa das pilastras que sustenta a arquibancada da arena. O problema estrutural provocou uma troca de acusações sobre sua causa, e a responsabilidade de resolvê-lo, a poucos dias da data prevista para a reinauguração do estádio.

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A rachadura está numa pilastra da área que pertence ao Museu do Futebol, próximo à fachada histórica do estádio. A classificação de risco para o problema é de nível "crítico", e é necessário reparo urgente na estrutura.

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Segundo a concessionária responsável pela reforma e administração do estádio, Allegra Pacaembu, a rachadura e outros problemas apontados no laudo não prejudicam as obras do estádio porque "não fazem parte da área concedida" a ela. A empresa afirma que problemas como a trinca na pilastra "são 'graves', do ponto de vista da engenharia, mas não caracterizam risco estrutural".


No início de maio, a Allegra enviou ofícios à prefeitura, a conselhos responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, à Secretaria Estadual de Cultura (responsável pelo museu) e à concessionária da linha 6-laranja do metrô, a Linha Uni, informando sobre o problema.

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Nesses ofícios, a Allegra levanta a hipótese dos problemas estruturais no local terem sido provocados pelas obras da estação Faap-Pacaembu, da futura linha do metrô. A concessionária do Pacaembu usa como argumento o histórico de "ocorrências gravíssima" em obras metroviárias, citando a abertura de uma cratera em Pinheiros, na zona oeste, em 2007, e outra na marginal Tietê, há dois anos.


A concessionária do Pacaembu também cita danos a obras do Museu Faap, a um quarteirão de distância, que foram registrados em reportagem da Folha de S.Paulo. "Vitrais do museu Faap, com obras de artistas consagrados como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e Lasar Segall foram danificados, supostamente pela mesma obra do Metrô", diz a Allegra, num dos ofícios.

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O relatório técnico, no entanto, não aponta culpados. A classificação de causa para a trinca na pilastra fala em "falta de manutenção das estruturas", sem mais detalhes.


Além da fissura na pilastra, a vistoria também encontrou sacos de areia empilhados sobre um muro de contenção, também na área abaixo do Museu do Futebol. Segundo a Allegra, a barreira de contenção foi colocada no local pela Linha Uni sem o conhecimento da concessionária do estádio.

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"Não está visível se o muro existente já esteja danificado", diz o relatório da vistoria. A concessionária do Pacaembu também solicitou "reparos no passeio do entorno do Complexo Pacaembu, nos locais afetados pelas obras da linha 6-laranja de Metrô de São Paulo, que não estão em boas condições".


Executivos da Acciona, empresa espanhola que lidera o consórcio Linha Uni, foram questionados sobre o problema nesta segunda-feira (24) pelo vice-governador, Felício Ramuth (PSD). Ele ouviu do presidente da empresa no Brasil, André De Angelo, que laudos encomendados pela construtora comprovariam que não há responsabilidade das obras do metrô no caso.

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"A Alegra alega uma interferência e as vistorias iniciais da própria Acciona e da Linha Uni mostram que, de fato, isso não se concretiza", afirmou Ramuth, ao lado do presidente da Acciona no Brasil, André De Angelo.


"A concessionária [Linha Uni] não tem qualquer responsabilidade sobre o que está acontecendo", disse De Angelo. "Todos os estudos são feitos de forma períodica, de forma prévia pela construtora concessionária. E todos os cuidados são tomados, sempre."


Nesta segunda-feira (24), após a repercussão do caso na imprensa, a Allegra Pacaembu divulgou uma nota em que afirma "não há qualquer risco estrutural detectado no Complexo Pacaembu ou comunicado a qualquer órgão competente".


A empresa também afirma que os ofícios enviados a órgãos públicos e à LinhaUni pediram "apenas os esclarecimentos que julgamos necessários para nossa melhor compreensão, em nome da segurança das operações".


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